Jornal Correio Braziliense

Eleições Presidenciais EUA

Obama e Romney discutem política interna e economia em debate presidencial



Ao ingressar no palco especialmente preparado para o evento, os candidatos apertaram as mãos e fizeram, cada um, uma apresentação de dois minutos. Obama aproveitou a ocasião para cumprimentar sua esposa, Michelle, pelo aniversário de 20 anos de casamento. Romney brincou com o oponente, ao afirmar que não havia local melhor para celebrar a data: num debate, com ele.

Nos primeiros minutos do debate, Romney falou sobre seus planos de criar empregos ajudando os pequenos negócios e, em uma primeira investida, acusou o presidente de prejudicar a economia.

"Estou preocupado que o caminho que estamos seguindo seja infrutífero", disse Romney, em seus comentários iniciais, prometendo: "vou restaurar a vitalidade que fará a América voltar a funcionar".

Romney acusou Obama de pressionar pela aprovação de regras "excessivas" que atravancaram a indústria americana e retardaram o crescimento em setores econômicos chave.

"Em algumas leis aprovadas durante o mandato do presidente, viu-se que a regulamentação se tornou excessiva e isto feriu a economia", afirmou Romney. Ele também defendeu mais tratados de livre comércio, especialmente com a América Latina.

"Abrir o comércio, particularmente na América Latina; enfrentar a China quando fizer trapaça", disse Romney ao mencionar seu plano de recuperação econômica de cinco etapas.

Os outros pontos do plano são independência energética, educação, orçamento federal equilibrado e apoio às pequenas empresas.

A proposta de mais tratados de livre comércio com a América Latina foi citada por assessores de Romney como uma possibilidade nos primeiros 100 dias de um governo republicano.

Obama ironizou o adversário de supostamente voltar atrás em seu plano de cortes amplos de impostos, no primeiro momento tenso de seu debate.

"Bem, nos últimos 18 meses, ele defende este plano tarifário e agora, cinco semanas antes das eleições, ele diz que esta sua ideia audaciosa ;não tem importância;" disse Obama, depois que Romney negou que seus planos aumentariam o déficit do orçamento americano.

Romney, por sua vez, acusou Obama de dar ideias falsas sobre seu plano de redução de impostos. "Virtualmente tudo o que ele disse sobre meu plano de impostos é impreciso", disse Romney, desmentindo uma afirmação do presidente de que o candidato republicano pede um corte de impostos de US$ 5 trilhões, ao lado de um aumento de gastos militares.

"Se o plano de impostos que ele descreveu fosse um plano que me pedissem para apoiar, eu diria, ;absolutamente não;. Não pretendo fazer um corte de impostos de US$ 5 trilhões. O que eu disse é que não implantarei um corte de impostos que aumente o déficit", acrescentou.

Ainda em relação ao plano de corte de impostos do adversário, Obama afirmou que Romney para reduzir o déficit sem elevar impostos, o republicano teria que cortar os gastos com escolas e a saúde.

"Agora, se você assume uma abordagem desequilibrada como estas, então isto significa que você vai devastar nossos investimentos em escolas e educação", disse Obama.

"Efetivamente, isto significa um corte de 30% no programa primário que mantemos para idosos em abrigos, para crianças com necessidades especiais e esta não é a estratégia correta que devamos seguir", acrescentou.