Nas primeiras entrevistas após a reeleição, a presidente Dilma Rousseff falou sobre o sentimento de democracia que deve unir ainda mais o povo brasileiro. "Estamos falando de possibilidades de um amplo diálogo para desaguar em consensos e construir pontes. Isso fará com que nosso país cresça", afirmou à TV Record.
Ao ser indagada sobre o impacto da reeleição nas questões econômicas como a queda da bolsa de valores e a alta do dólar, a presidente foi clara. "O mundo está enfrentando dificuldades, mas as medidas serão de discussão com todos os setores. Não posso, neste momento, apresentar uma lista de soluções. Posso afirmar que o caminho é o diálogo. Vamos esperar o mercado acalmar, e ele vai". Ela também negou-se a falar sobre possíveis nomes para a equipe econômica. "Ainda é cedo", limitou-se a dizer.
Dilma Rousseff ressaltou ainda que não se pode comparar o Brasil de 2002, quando Lula começou a governar, com o país de agora. "Garanto que não vou copiar fórmulas, pois nossa situação é outra. Hoje nós temos elevado emprego e salários com ganhos reais. Mudanças serão feitas, mas para outros problemas", afirmou.
Para os trabalhadores a mensagem foi de "calma" e "tranquilidade". "O Brasil ficará melhor do que está hoje. Eu asseguro", destacou. Segundo ela, a hora é de "arregaçar as mangas" e analisar as melhores formas de crescimento do país.
Em relação aos escândalos de corrupção em que o PT supostamente esteve envolvido, Dilma informou que vai investigar detalhadamente todos os casos. "Vou me empenhar, doa a quem doer. Eu, mais do que ninguém,quero saber. Não vou deixar que estes temas sejam esquecidos", ressaltou.
Por fim, reforçou a necessidade de um diálogo com todos os setores para que o Brasil alcance patamares mais modernos, produtivos e inclusivos. "Vou valorizar uma política que cuida de todos, em especial dos pobres, mulheres, negros e jovens. Teremos grande foco na educação, cultura e ciências. Para isso ocorrer, temos que nos dar as mãos. É preciso fazer isso de forma conjunta. Todos nós queremos o melhor para o futuro do Brasil", finalizou.
Não vou deixar pedra sobre pedra
Em entrevista à Rede Globo, a presidente reeleita, Dilma Rousseff, voltou a reforçar que vai dialogar com todos os setores da sociedade brasileira neste segundo mandato. ;Eu acredito que a democracia é um dos mais importantes fatores para que um país possa mudar, de forma pacifica e ordeira. Mesmo com visões contraditórias, havia algo em comum, um sentimento de busca por um futuro melhor para o Brasil. Essa é a base para que tenhamos união, que não significa unidade de ideias, mas sim uma abertura e disposição para dialogar, para que possamos garantir de fato o que uma eleição exige: mudança. Temos que ser capazes de garantir as mudanças e as reformas que o país precisa e exige;.
A presidente destacou a lista que recebeu de manifestantes, propondo, entre outros pontos, uma consulta popular para a realização de uma reforma política. Dilma prometeu que vai entregar a lista para apreciação do Congresso Nacional.
Sobre a instabilidade política que o caso Petrobras está causando no país, a presidente é enfática ao afirmar que a crise no Brasil se deve a suposições e insinuações. ;O Brasil tem uma democracia forte, a sociedade brasileira exige uma atitude que interrompa a impunidade que ocorreu nesse país ao longo da história. Doa a quem doer, que se faça justiça. Se alguém errou tem que ser punido. Você pode ter certeza que eu farei o possível para colocar as claras o q eu aconteceu neste caso da Petrobras, e qualquer outro que apareça, não vou deixar pedra sobre pedra;.
Sobre a possibilidade de uma reforma tributária, Dilma reforçou que não vai esperar a conclusão do primeiro mandato para iniciar todas as ações para melhorar a economia. ;Se tem uma coisa que eu procurei fazer foi a reforma tributária. Eu acredito que temos que fazer essa discussão a fundo. Nós fizemos uma grande reforma tributaria com o Super Simples, ampliando um conjunto de pessoas que passaram a ter direito a esse processo de simplificação. Eu tenho a convicção que o Brasil precisa de reforma tributária, é impossível continuar com a sobreposição e a guerra fiscal;.