A Bolsa de Valores de São Paulo caía 6% na abertura do pregão nesta segunda-feira (27/10), a 48.823 pontos no dia seguinte à reeleição da presidente Dilma Rousseff, no segundo turno.
O dólar subiu 3,9% sobre o real, cotado a R$ 2,55. Na sexta, o real fechou com alta de 1,99%, e a bolsa ganhou 2,42%, depois de acumular uma queda de 6,7% durante a semana.
A ações ordinárias da Petrobras (ON), afetadas durante toda a eleição, lideraram a baixa do Ibovespa. Cotadas a R$ 13,70%, o recuo foi de 14,30%. As preferenciais (PN) registraram baixa de 12,94%, negociadas por R$ 14,21.
Mudanças no governo
Na tentativa de acalmar os ânimos, o Palácio do Planalto tratou, ontem à noite, logo após a confirmação da vitória de Dilma, de indicar o que será a equipe econômica do próximo governo. Ao que tudo aponta, Alexandre Tombini será mantido na presidência do Banco Central ;pelos bons serviços prestados;. Para o Ministério da Fazenda, a opção é por Aloizio Mercadante, que deixaria a Casa Civil, na qual seria acomodado Jaques Wagner, que está terminando o mandato como governador da Bahia.
Caso Wagner seja alocado em outra Pasta, Mercadante continuará na Casa Civil e o sucessor de Guido Mantega na Fazenda será Nelson Barbosa, que foi secretário executivo do ministério. Para o Ministério do Desenvolvimento, Dilma escolheu Josué Gomes, filho de José Alencar, que foi vice de Lula. O empresário é dono da Coteminas, uma das maiores empresas têxteis do país.
O economista-chefe da Gradual Investimentos, André Perfeito, está confiante em sinais amistosos ao capital partindo da presidente reeleita. ;Dilma tem que correr contra o tempo, para evitar que o pessimismo dos mercados se alastre para outro setores, comprometendo ainda mais os investimentos produtivos, que estão no chão e são vitais para a retomada do crescimento econômico;, assinalou.
Também pesará sobre o desempenho da Bovespa e, principalmente, das ações de empresas estatais ; Petrobras, Banco do Brasil e Eletrobras, principalmente ;, a relação da presidente com o Congresso Nacional. ;O mercado vai olhar atentamente para os acordos políticos, porque eles determinarão o nível de governabilidade de um novo mandato de Dilma;, disse o economista Alberto Ramos, diretor do banco norte-americano Goldman Sachs.
Com informações de Vicente Nunes, Deco Bancillon e agências.