O dragão da inflação ronda os próximos quatro anos do governo Dilma Rousseff. Quando 1; de janeiro de 2015 chegar, a presidente reeleita por mais quatro anos terá, com a próxima equipe econômica, de encontrar mecanismos consistentes para controlar a carestia, que, ao longo do primeiro mandato da petista, ficou insistentemente no teto da meta, de 6,5%. A escalada dos preços, sobretudo nos balcões dos supermercados, diminui o poder de compra dos trabalhadores. Alguns produtos, como a carne, acumulam alta de quase 20% em 12 meses. Pelas projeções do Banco Central, o custo de vida não dará alívio aos consumidores até o fim de 2016.
Há no horizonte, ainda, a recomposição dos preços administrados. Para evitar o estouro do teto da meta, o governo segurou, o quanto pôde, os reajustes dos combustíveis, das tarifas de energia e dos transportes urbanos. Não fosse isso, o IPCA já estaria na casa dos 8%. A queda da cotação do petróleo, a princípio, reduz a necessidade imediata da correção da gasolina. Mas a pressão ainda é grande. Por essa razão, as projeções do mercado e do BC apontam que a inflação continuará acima de 6% nos próximos dois anos. ;É essencial alinhar os preços administrados. Tem que se trabalhar com a inflação real, não maquiada;, disse Reginaldo Gonçalves.
Pressão dos salários
O controle dos gastos públicos e o aumento real do salário mínimo também estão no topo da lista de desafios para o próximo mandato. ;Será necessário moderar as despesas do governo e o mercado de trabalho, para que não gerem pressões adicionais na inflação;, explicou o economista-chefe da Gradual Investimentos, André Perfeito. Para ele, o menor número de vagas no mercado de trabalho pode ajudar, assim como um ajuste fiscal consistente.