O candidato do PSDB à presidência da República, Aécio Neves, aproveitou o debate da Rede Globo para atacar a construção, pela Odebrecht, do porto de Mariel, em Cuba. A obra foi financiada com recursos do BNDES e, segundo Aécio, o prazo de pagamento foi estendido de 12 para 25 anos.
;O seu governo optou por financiar a construção de um porto em Cuba, gastando R$ 2 bilhões do dinheiro brasileiro, enquanto os nossos portos estão aí esperando;, disse ele. As informações seriam de um documento do MDIC enviado à campanha do tucano. Ainda segundo o documento, as garantias oferecidas ao BNDES teriam sido pagas em peso cubano, e não em dólar ou euro, como é usual.
[SAIBAMAIS];Eu recebi um documento e estou encaminhando para a Procuradoria Geral da República para que se faça a investigação;, disse Aécio. O tucano ainda se equivocou, citando um ;Ministério do Desenvolvimento Econômico;, referindo-se ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC). Dilma corrigiu o oponente, em tom de ironia.
Na resposta, Dilma frisou o fato do financiamento ter sido concedido a uma empresa brasileira, a empreiteira Odebrecht, e de ter gerado empregos na economia brasileira. ;E quero lembrar ao senhor que o governo Fernando Henrique Cardoso também financiou empresas brasileiras para que elas pudessem exportar para Cuba e para a Venezuela;, respondeu Dilma. Na década de 1990, o BNDES financiou a exportação de ônibus turísticos para Cuba. A petista lembrou ainda que as garantias ao BNDES foram dadas pela Odebrecht, e não pelo governo cubano.