Jornal Correio Braziliense

Eleições 2014

Rollemberg e Frejat respondem sobre as diferenças sociais e o crescimento do DF

Os questionamentos fazem parte da série de entrevistas feitas em parceria entre o Correio Braziliense e a Comissão Justiça e Paz da Arquidiocese de Brasília

A PERGUNTA DA ARQUIDIOCESE
Na última das Conversas de Justiça e Paz (em 6 de outubro), realizadas pela Comissão Justiça e Paz, toda a primeira segunda-feira de cada mês na Cúria, o tema foi Brasília após as eleições: exigências do presente, desafios para o futuro. E teve como convidados Isaac Roitman e Aldo Paviani, professores eméritos da Universidade de Brasília e intérpretes da realidade brasiliense, do projeto e dos problemas de concretização da cidade, no contraste entre a utopia da concepção e as interferências de interesses muitas vezes contrários ao que foi idealizado para a fundação do DF. O primeiro convidado, professor Isaac Roitman, explicou a desigualdade social de Brasília pela expressão ;Norucongo;. Ele aponta que, se considerarmos o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), medida comparativa usada para classificar os países pelo seu grau de desenvolvimento humano, o Distrito Federal possui dentro dele o IDH de dois países muito distantes: a Noruega e o Congo. Daí a expressão Norucongo para descrever a realidade brasiliense. O Lago Sul tem IDH 0,945 e a Noruega, 0,944. Já o Congo e a Estrutural empatam no IDH: 0,286. Diante da constatação, quais as medidas e as prioridades de seu governo para enfrentar as desigualdades, diminuir as distâncias entre os polos e contrastes, e oferecer melhores indicadores sociais?

JOFRAN FREJAT

O DF é cheio de especificidades. É estado e município. A escolaridade média é a maior do Brasil, mas o desempenho dos alunos está entre os piores. A renda média per capita é a mais elevada entre as capitais, mas tem a maior favela. Essas contradições e conflitos criaram um tecido urbano desigual e desagregado. Não deve existir cidadania nem espaços urbanos de segunda classe no Distrito Federal. O Estado pertence, igualmente, a todos os seus cidadãos. As ações de governo devem oferecer serviços públicos de qualidade a todos com a mesma qualidade e eficiência. Para atingir os objetivos, será necessário um governo ágil, transparente e com intensa participação popular. Integrar, interagir e intervir serão as palavras-chave do governo. Integrar os espaços e os moradores, interagir com a sociedade e os representantes e intervir com rapidez para corrigir as desigualdades na oferta de serviços públicos. O governo buscará orientação na bússola da eficiência, mas sem perder de vista o norte da inclusão social, que somente será alcançada mediante adoção de políticas sociais e de geração de emprego e renda que contemplem o resgate da dívida que temos com os brasilienses pobres.

"Para atingir os objetivos, será necessário um governo ágil, transparente e com intensa participação popular. Integrar, interagir e intervir serão as palavras-chave do governo"

"O governo buscará orientação na bússola da eficiência, mas sem perder de vista o norte da inclusão social, que somente será alcançada mediante adoção de políticas sociais e de geração de emprego e renda"
Jofran Frejat, candidato do PR

RODRIGO ROLLEMBERG
Vamos governar para todos, mas entendemos que os mais pobres devem receber uma atenção especial do Estado. Nós vamos, por exemplo, ampliar a cobertura do programa Saúde da Família, começando pelas regiões com piores indicadores. Vamos criar 60 mil novas vagas em creches, e temos o compromisso de priorizar as regiões menos desenvolvidas. Usaremos o mesmo critério para a construção de cinco novas escolas profissionalizantes. A educação será prioridade porque é o caminho adequado na busca da igualdade social. O Estado vai garantir serviços públicos de qualidade para todos. A nossa estratégia é integrar as políticas de desenvolvimento do DF com as cidades do Entorno, que têm sido esquecidas pelos últimos governos. É nossa obrigação mudar a realidade das pessoas que foram ;expulsas; de Brasília em função do alto custo das moradias. Pretendemos reorientar o desenvolvimento a partir de novos eixos de oportunidades que contemplem todas as regiões e atendam aos diversos segmentos da sociedade.

"Vamos criar 60 mil novas vagas em creches, e temos o compromisso de priorizar as regiões menos desenvolvidas. Usaremos o mesmo critério para a construção de cinco novas escolas profissionalizantes"

"A nossa estratégia é integrar as políticas de desenvolvimento do DF com as cidades do Entorno, que têm sido esquecidas pelos últimos governos. É nossa obrigação mudar a realidade das pessoas que foram ;expulsas; de Brasília em função do alto custo das moradias"
Rodrigo Rollemberg, candidato do PSB