A prevalecer esse comportamento político, em 26 de outubro, a estimativa é de que, aos 27,7 milhões que não votaram no primeiro turno ; 19,39% dos eleitores ;, somem-se outros 3,9 milhões, o que elevaria a abstenção para 31,6 milhões de brasileiros aptos, ou seja, 22,2% do total. A estimativa desse provável contingente de eleitores que não comparecerão às urnas corresponde ao crescimento médio de 2,8 pontos percentuais da abstenção verificada entre o primeiro e o segundo turno nas eleições presidenciais desde 2002.
Embora a eleição presidencial, pelo maior interesse que desperta no eleitor, apresente estatísticas de votos brancos e nulos sempre muito menores do que para as eleições aos governos do estado e as eleições proporcionais de deputados, a abstenção cresce ao longo do tempo a cada novo pleito e, sobretudo, entre o primeiro e o segundo turno da mesma disputa.
Assim foi em 2002. No primeiro turno daquela corrida presidencial, 20,4 milhões de eleitores ; 17,74% do total ; não votaram. No segundo turno, as abstenções chegaram a 23,6 milhões ; 20,47% do eleitorado, um aumento de 2,7 pontos percentuais. Em 2006, deixaram de votar no primeiro turno 21 milhões (16,75%); no segundo turno, foram 23,9 milhões ; 18,99% do eleitorado, um aumento de 2,24 pontos percentuais.
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Em 2010, o primeiro turno registrou a abstenção de 24,6 milhões de eleitores (18,12%); estatística que saltou para 29,2 milhões no segundo turno ; 21,5% do universo de cidadãos brasileiros aptos a escolher os seus representantes. O crescimento da abstenção entre o primeiro e o segundo turno foi de 3,38 pontos percentuais.
Uma das explicações para o crescimento das abstenções entre o primeiro e o segundo turno é o fato de o eleitor, que, no primeiro turno, votou em outro candidato, não se sinta representado por nenhuma das duas candidaturas. Nesse sentido, sem ânimo de participar, embora o voto seja obrigatório, o eleitor opta por justificar-se perante a Justiça Eleitoral, ou mesmo pagar a irrisória multa de R$ 3,51 em um cartório eleitoral.
Queda
Ao mesmo tempo em que a abstenção sobe entre o primeiro e o segundo turno, caem as estatísticas de votos brancos e nulos. É que, no segundo turno, o eleitor está diante de uma urna com apenas dois candidatos para a Presidência da República e dois para o governo do estado, naqueles casos em que o pleito estadual não tenha se encerrado. Não há mais a escolha de deputado estadual, federal e senador. É menor, portanto, a probabilidade de erro ao digitar a sua escolha.
Indefinição para 680 candidatos
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) informou que, no primeiro turno, 2.856.913 votos foram dados a 680 candidatos que concorreram com o registro de candidatura negado. Parte desses políticos foi enquadrada na Lei da Ficha Limpa e outros têm como causa para o indeferimento do pedido de registro de candidatura a falta da chamada quitação eleitoral. Eles ainda estão recorrendo da decisão na Justiça Eleitoral. Entre os candidatos nesta situação, 404 disputaram uma vaga para deputado estadual, 253 tentaram o cargo de deputado federal, 15 para deputado distrital, cinco para senador e três para governador.
CALENDÁRIO
Confira os principais eventos eleitorais até o segundo turno
21 de outubro
; Data a partir da qual, e até 48 horas depois do encerramento da eleição, nenhum eleitor poderá ser preso ou detido, salvo em flagrante delito, ou em virtude de sentença criminal condenatória por crime inafiançável
23 de outubro
; Último dia para comícios
24 de outubro
; Último dia para a divulgação da propaganda eleitoral gratuita do segundo turno no rádio e na televisão, e para a realização de debates
25 de outubro
; Último dia para a propaganda eleitoral mediante alto-falantes ou amplificadores de som, entre as 8h e as 22h
26 de outubro
; Dia da eleição