Antes de entrar para uma reunião da presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição, com governadores e senadores eleitos, para afinar o discurso do segundo turno, o presidente do PT, Rui Falcão, disse que o partido não vai interferir na decisão de Marina Silva (PSB), derrotada no último domingo. "Ela e outras lideranças têm espaço para não serem influenciadas nem por pressão nossa nem por pressão do Aécio Neves (PSDB)", afirmou. Falcão, entretanto, admitiu que, dependendo da proposta, o partido pode incorporar.
Na opinião de Falcão, é desrespeitoso, no momento em que a ex-ministra vai se reunir com seu ciclo de assessores e com seu partido, querer mudar o resultado que ela tem na cabeça. "Ninguém na política toma decisões por mágoa. Ela tem bastante tempo na política, acho que vai pensar no que é melhor para o futuro político dela, no que é legítimo, vai pensar na Rede que ela nunca disse que ia abandonar", avaliou. "Acho que ao aderir a um dos campos, seja o nosso, seja o do Aécio, ela vai perder um pouco de substância política, mas essa é uma avaliação para ela fazer", comentou.
Embora aceite a possibilidade de acrescentar pontos do programa da socialista, Falcão diz que a alteração poderia ser feita desde que não comprometa o centro do ideário da legenda. Quanto à reeleição, ele diz que "pessoalmente, eu e o PT, nós somos contra o fim da reeleição, mas essa não é uma questão de princípios". Segundo ele, no segundo turno, a sigla busca apoio daqueles que não votaram na presidente Dilma, dos partidos que estiveram com outras candidaturas no primeiro turno e inclusive de eleitores que votaram no candidato que os enfrenta nessa etapa.