Concluída a batalha do primeiro turno, com desempenho surpreendente do candidato tucano Aécio Neves na reta final, é hora de recarregar as baterias e reunir a maior quantidade de munição possível para a guerra da propaganda eleitoral no rádio e na televisão que, provavelmente, começará no próximo sábado. Na disputa do segundo turno, o tucano Aécio Neves vai insistir no discurso ético, com ênfase no escândalo da Petrobras. Os programas do PSDB também explorarão o embate econômico, destacando a alta dos juros, o fantasma da volta da inflação e o baixo crescimento. A presidente Dilma Rousseff, que tenta a reeleição, centrará fogo nas privatizações do governo Fernando Henrique Cardoso, e na crise energética, fazendo referência ao apagão durante a gestão tucana.
[SAIBAMAIS]Os marqueteiros do PSDB esperam que todo o conteúdo das delações premiadas do ex-diretor de Refino e Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa e do doleiro Alberto Youssef, líderes da organização criminosa que teria movimentado R$ 10 bilhões, venha à tona antes de 26 de outubro. Nesta data, os brasileiros retornarão às urnas para escolher o presidente da República. Os tucanos acreditam que as revelações, que ainda não foram totalmente detalhadas, possam ajudar a fragilizar a candidatura da petista. A aposta é de que o depoimento do ex-diretor possa revelar esquema para financiamento ilegal da campanha de Dilma em 2010.
Na propaganda tucana, o PT de Dilma Rousseff será carimbado como o partido que institucionalizou a corrupção na Petrobras a partir do aparelhamento da estatal. No debate econômico, o PSDB repetirá a fórmula utilizada no primeiro turno: inflação, juros altos e resultados pífios na economia. Grande parte do tempo na televisão, será destinada às propostas do candidato.
A mesma estratégia será utilizada pela campanha petista. Os ataques contra Aécio Neves, poupado no primeiro turno em decorrência do crescimento de Marina Silva, prometem ser pesados. Pelo fato de o PSDB ser um adversário histórico e conhecido, o PT aposta que terá sucesso na estratégia de desconstrução da candidatura tucana. Na alça de mira petista, além das críticas as sucessivas privatizações do governo Fernando Henrique Cardoso, estão a fragilidade do país que, segundo a equipe dilmista, precisava recorrer frequentemente ao Fundo Monetário Internacional (FMI).
Inserções
A construção do aeroporto em terras de parentes de Aécio Neves, no município de Cláudio, quando o tucano governava Minas Gerais, deve ganhar destaque nas inserções petistas. Existe a possibilidade de o PT entrar na crise hídrica enfrentada por São Paulo, que até então só foi explorada na eleição local. É uma tentativa de a presidente Dilma Rousseff diminuir a vantagem de Aécio no maior colégio eleitoral do país. Lá, o tucano teve um excelente desempenho nas urnas. Atingiu 44,2% dos votos válidos contra 25,8% da petista. A propaganda do PT deve mostrar também a crise energética pela qual passou o Brasil durante o fim do governo FHC. Os petistas vão evidenciar os 11 meses de duro racionamento de energia no país por falta de investimento da gestão tucana.
Ontem, a presidente Dilma não perdeu tempo e já iniciou os ataques. Utilizou sua conta oficial num microblog para criticar o modo do PSDB de governar. Ao falar de economia, Dilma disse que vai melhorar o setor, ;mas sem desempregar ou fazer arrocho salarial, como fez o governo do PSDB;. Em seguida, postou que ;o povo brasileiro não quer de volta aqueles que trouxeram o racionamento de energia;. Em outra referência aos governos tucanos, a petista afirmou que produzirá as ;mudanças necessárias na condução da política econômica. Mas não deixará voltar o tempo em que a riqueza do país não era distribuída e as crises eram combatidas às custas do trabalhador e de seu emprego e salário;.
20 minutos
Tempo diário que cada candidato a presidente terá no horário eleitoral gratuito na tevê. São dois programas de 10 minutos cada