O presidenciável tucano anunciou que hoje mesmo se reunirá com a equipe de campanha, em São Paulo, para definir os próximos passos. Afirmou que está cercado dos melhores quadros para promover as mudanças de que o povo brasileiro necessita e cobra. ;Não farei campanha contra ninguém, porque não sou daqueles que acham que meus adversários são inimigos e precisam ser exterminados a qualquer custo. Farei uma campanha a favor do Brasil;, disse ele.
Os estrategistas da campanha do PSDB lembram que ele foi melhor em todos os estados se comparado aos resultados divulgados pelas pesquisas. ;Agora teremos o mesmo tempo de televisão (10 minutos cada) e um minuto de inserções diárias;, declarou um aliado. A estratégia é manter o mesmo discurso que levou Aécio para o segundo turno: ênfase na ética para explorar a crise da Petrobras; os maus resultados da economia e a aposta no desejo de mudança do eleitorado brasileiro.
FMI e pré-sal
Em Brasília, a presidente Dilma Rousseff reuniu os ministros para acompanhar a apuração no Palácio da Alvorada. À noite, durante entrevista em um dos principais hotéis da cidade, destacou que essa foi a sétima vitória consecutiva do PT nas disputas presidenciais: os dois turnos de 2002, 2006 e 2010 e o primeiro turno deste ano. ;A luta daqui para frente será daqueles que não querem ver o Brasil voltar atrás;, convocou.
Dilma admitiu que o espírito é de mudanças, baseado nas conquistas obtidas pela população até o momento. Mas acrescentou que o seu projeto político é o mais habilitado para realizar essas mudanças. ;Eu sou a primeira pessoa a querer fazer mais. É a certeza de quem soube fazer;, afirmou.
[SAIBAMAIS]A presidente enumerou uma série de propostas que pretende implementar caso seja reeleita para mais quatro anos, como mais atenção à saúde, a utilização dos recursos do pré-sal para a educação e um combate empedernido contra a corrupção. ;Na economia, faremos as mudanças necessárias sem promover os ajustes e o arrocho salarial que foram características do governo do PSDB;, comparou. ;Não queremos de volta os fantasmas do passado. Não queremos de volta aqueles que quebraram o Brasil três vezes, que se ajoelharam diante do FMI, que elevaram os juros a 45% ao ano e que promoveram o racionamento de energia para evitar o apagão;, atacou a petista.
O PT deve escalar o senador Jorge Viana (AC) e o governador reeleito do Acre, Tião Viana, para retomar o diálogo com Marina Silva, em busca do voto dos marineiros em primeiro turno. O secretário-geral da Presidência da República, ministro Gilberto Carvalho, confirmou que eles vão procurar a presidenciável do PSB para conversar. ;Nós governamos juntos, temos mais afinidades do que divergências;. Carvalho minimizou o processo de desconstrução promovido pelo PT. Ontem mesmo, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou, sem citar a socialista, ;que não se constrói uma candidatura do nada;. ;Ninguém apanhou mais nessa campanha do que o PT;, afirmou Carvalho.
As armas de cada um
Confira os principais pontos que o tucano e a petista devem explorar no segundo turno
Aécio Neves (PSDB)
; O voto útil para tirar o PT do Planalto
; O discurso da ética, já que a tendência é que sejam divulgadas a delação premiada de Paulo Roberto Costa e as primeiras denúncias de Alberto Youssef
; Os resultados pífios da economia
; A eleição em primeiro turno de tucanos de peso, como Geraldo Alckmin e Beto Richa, o que permite que se tornem cabos eleitorais efetivos
; A possível migração de votos dos marineiros
Dilma Rousseff (PT)
; A máquina petista federal e o discurso do medo do fim dos programas sociais
; Os movimentos sociais e os sindicatos
; As vitórias petistas em Minas Gerais e na Bahia (segundo e quarto colégios eleitorais, respectivamente), liberando Fernando Pimentel e o ex-governador Jaques Wagner para trabalhar exclusivamente na campanha presidencial
; Lula como cabo eleitoral na corrida presidencial
; A aposta de que parte dos marineiros é mais petista do que tucana