A eleição para governador do Distrito Federal será decidida no segundo turno, sem a presença de Agnelo Queiroz. O candidato Rodrigo Rollemberg (PSB) disputará o governo local com Jofran Frejat (PR). Rollemberg foi o mais votado com 45,23% (692.855 votos) e Jofran Frejat ficou em segundo com 27,97% (428.522 votos).
[SAIBAMAIS]Atual governador, Agnelo Queiroz não conseguiu avançar para o segundo turno e ficou com 20,07%. A maior expectativa antes das eleições era se Agnelo conseguiria passar Jofran Frejat para disputar o goberno com Rodrigo Rollemberg. O candidato mais votado no primeiro turno liderava as pesquisas desde a saída de José Roberto Arruda da disputa.
Luiz Pitiman ficou com 4,46% dos votos e Toninho do PSOL com 2,26%. A candidata Perci Marrara (PCO) não teve votos computados por causa de situação jurídica.
Fruto da geração Brasília
Filho do ex-ministro e ex-deputado Armando Rollemberg e de Teresa Sobral, o socialista conviveu com a política desde a infância. De família serjipana, nasceu no Rio de Janeiro em 1959 e mudou-se, no ano seguinte, para a nova capital. Em 1978, entrou para o curso de história na Universidade de Brasília (UnB) e teve o primeiro contato direto com a política: passou a militar no movimento estudantil.
Com quase 16 mil votos, foi o quinto mais votado. Ganhou projeção principalmente pelo combate à grilagem. Em 2002, rompeu com o PT para se lançar a governador. Calculava fazer uma votação na casa dos 15%. Os planos fracassaram, e ele não passou dos 7%. Nessa época, Rollemberg aproximou-se daquele que passaria a ser seu padrinho político, o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, morto num acidente de avião em agosto último. Campos, então ministro de Ciência e Tecnologia, convidou o atual senador para assumir a secretaria de Inclusão Social da pasta, em 2004.
Dois anos depois, o socialista disputou um assento na Câmara dos Deputados e, com pouco mais de 55 mil votos, entrou na última das oito vagas pelo DF. Na última eleição, a aliança nacional entre PT, PDT e PSB se repetiu no DF. Com 33% dos votos, o socialista se elegeu senador. Dois anos depois, rompeu mais uma vez com o PT e passou a fazer oposição ao governo local. Apesar de não ter nascido no DF, Rollemberg afirmou, durante toda a campanha, que chegou a hora de a ;geração Brasília; governar. Isso porque ele veio para cá ainda bebê. "Sou fruto da escola pública da capital. Estudei em colégios tradicionais, como a Escola Classe 107 Sul, o Setor Leste e o Elefante Branco", recorda.
Mesmo com a concorrida agenda de candidato, não deixa a família de lado. Com mais de 100 integrantes, os Rollemberg são tradicionais na cidade. Entre uma atividade e outra, ele se esforça para almoçar na casa da mãe, na Asa Sul.
Energia e experiência
Aos 77 anos, Jofran Frejat não reclama de cumprir sete a oito compromissos por dia durante a campanha. ;Vamos em frente, minha gente;, diz, animado. Toda a energia e disposição demonstrada na corrida eleitoral faz parte do perfil desse piauiense nascido em Floriano e que se transferiu ainda jovem para o Rio de Janeiro.
Na cidade, aportou para tentar realizar um sonho familiar e, em especial, de sua mãe, Adélia. Vindo de família humilde, Frejat formou-se em 1962 pela Faculdade Nacional de Medicina do Rio de Janeiro. No dia da formatura, as lágrimas nos olhos da mãe, vendo o filho, caçula de 14 irmãos, formado ;doutor;, é cena que jamais se apagou na memória deste médico-cirurgião que fez carreira profissional e política em Brasília.
Das suas passagens pelo Executivo, ainda persistem as lembranças de seu rigor. Levantava-se de madrugada e aparecia de surpresa nos pronto-socorros. Queria saber se as equipes estavam trabalhando de fato. Inaugurou centros de saúde e hospitais. (foto). A entrada na política se deu em 1986, quando se elegeu deputado federal, então pelo extinto PFL ; hoje DEM. Foi um dos deputados constituintes e participou ativamente da elaboração da nova Constituição, aprovada em 1988. Foram, ao todo, cinco mandatos na Câmara dos Deputados.
Vitorioso em todas as campanhas proporcionais, ele não obteve o mesmo êxito nas disputas majoritárias. Foi derrotado na corrida ao Senado, em 2002, e também como vice de Weslian Roriz, em 2010. Frejat chega a 2014 para tentar mudar sua própria história. Acha que tem muito fôlego e boa vontade para fazer um governo produtivo. ;Tenho o que os outros não têm: experiência;, avisa.
Frejat se casou duas vezes, tendo três filhos no primeiro casamento e uma menina, no segundo. Tem cinco netos. Mesmo tendo ocupado vários cargos e funções ao longo de mais de quatro décadas de vida pública, o candidato nunca foi ausente do ambiente familiar. ;Ele almoçava e jantava com a gente, levava na escola, dava bronca e cobrava lição de casa. Também encontrava tempo para brincadeiras. Sempre foi muito presente;, conta o filho Guilherme, de 39 anos.