Jornal Correio Braziliense

Eleições 2014

Jorge, Fidelix, Pr. Everaldo, Genro... Nanicos nos votos, gigantes nas redes

Alguns políticos levantaram polêmicas e abusaram da internet para compensar o pouco tempo de exposição na tevê



Pastor Everaldo, Levy Fidelix e José Maria Eymael defendem propostas mais conservadoras. No penúltimo debate na tevê, por exemplo, Levy Fidelix, que concorre à terceira disputa à Presidência, polemizou ao dizer que ;aparelho excretor não reproduz; em resposta a Luciana Genro em relação aos homossexuais. O candidato foi extremamente criticado, tanto que organizações, como a Diga Não à Homofobia, lançaram campanhas para que as pessoas denunciem o candidato ao Ministério Público Federal por incitação à violência e discurso de ódio à população LGBT. A Ordem dos Advogados do Brasil, o PSol e o PSTU entraram no TSE contra ele.

Com 1% das intenções de voto na primeira eleição que disputa, o Pastor Everaldo defende a família tradicional e conta com o voto dos evangélicos. Como solução para o governo focar em problemas específicos, o candidato propõe a privatização das principais estatais e agências reguladoras. Na mesma linha conservadora, está Eymael, que se autointitula o democrata cristão. Conhecido pelo jingle chiclete, ;Ey-Ey-Eymael, um democrata cristão;, usado desde 1985, quando concorreu à prefeitura de São Paulo, o postulante aposta no patriotismo.

Recursos
Expor ideais em cadeia nacional é apenas uma das vantagens para os nanicos nas eleições. A participação os reforça como políticos, o que lhes permite fechar acordos e negociar cargos no governo. Além da movimentação financeira. Em 2012, por exemplo, as 30 legendas registradas à época receberam R$ 1 bilhão do fundo partidário. Delas, 24 tinham representação na Câmara. Os seis partidos que não elegeram deputados receberam a colaboração de acordo com o número de filiados. Sem representação no Congresso, em 2012, o PEN, que tinha 247 filiados, levou R$ 343 mil.

Cientista político pela Universidade de Brasília, João Paulo Peixoto defende a necessidade de uma reforma política para a aprovação ; novamente ; da cláusula de barreira na criação de partidos. A medida estabelece que, para ter acesso a tempo de tevê e de rádio, além de recursos do fundo partidário e direito a liderança, funcionários e espaço físico na Câmara e no Senado, os partidos precisarão alcançar o coeficiente mínimo de 3% do total de votos válidos nacional e 3% em, pelo menos, nove estados. ;O ideal para enxugar o número de partidos oportunistas.;


Principais propostas

Eduardo Jorge (PV)
Propõe a descriminalização e a legalização do uso medicinal e recreativo da maconha como ;decisão crucial para enfrentar o tráfico de drogas;.

Pastor Everaldo (PSC)
Aposta no voto do eleitor conservador. Nas propostas apresentadas, defende a vida, a manutenção da família.

Levy Fidelix (PRTB)
Propõe transformar em cláusula pétrea (incluir na Constituição Federal) o programa Bolsa Família. Recentemente, causou polêmicas ao manifestar-se contrário ao gays.

Zé Maria (PSTU)
Sugere a reestatização dos bancos utilizando os recursos para garantir investimentos em áreas sociais, a suspensão do pagamento da dívida pública e um governo ;sem patrão;.

Eymael (PSDC )
Tem como principal bandeira os valores cristãos e familiares, com a proteção dos valores éticos e a satisfação plena das atividades.

Luciana Genro (PSol)
Quer combater todas as formas de preconceito por orientação sexual e garantir igualdade jurídica para a população LGBT.

Mauro Iasi (PCB)
Prega um sistema de previdência e assistência social gratuito; o boicote à dívida pública e a garantia e ampliação dos direitos dos trabalhadores.

Rui Costa Pimenta (PCO)
Deseja a instauração de uma Assembleia Constituinte livre e soberana, a redução da jornada semanal de trabalho para 35 horas, dissolução da polícia militar e do aparato golpista.