Datafolha e Ibope divulgaram os votos válidos na reta final de primeiro turno. Os números confirmaram o levantamento do CNT/MDA. Pelo Datafolha, Dilma teria 44% dos votos válidos; Aécio, 26%; e Marina, 24%. No segundo turno, também levando-se em conta os votos válidos, a petista venceria Aécio por 53% a 47%. No embate com Marina, a presidente se reelegeria com uma folga maior: 55% a 47%. Nos votos totais, a presidente se reelegeria com 48%, contra 42% do tucano; e com 49% sobre 39% registrados pela socialista.
[SAIBAMAIS]Já no Ibope, a petista aparece com 46% dos votos válidos, Aécio soma 27% e Marina tem 24%. No segundo turno, sem levar em conta os votos válidos, os resultados favoráveis a Dilma se repetem, independentemente do adversário: a presidente ganharia o direito de mais quatro anos no Planalto por 45% a 37% se enfrentar Aécio ou Marina.
Mesmo com a tendência de polarização entre petistas e tucanos que se repete há 20 anos ; desde que Fernando Henrique Cardoso se elegeu em primeiro turno no embate com o petista Luiz Inácio Lula da Silva ;, essa foi a eleição com mais oscilações desde 2002, e a que teve a maior virada na reta final desde a de 1989.
Na primeira eleição de Lula, em 2002, após oito anos de governo Fernando Henrique Cardoso, o petista chegou a dividir a liderança na disputa com a candidata do PFL, Roseana Sarney, então governadora do Maranhão. Mas uma ação da Polícia Federal acabou com os sonhos dos pefelistas. A Operação Lunus apreendeu R$ 1,34 milhão não declarados, Roseana abdicou da candidatura presidencial e decidiu concorrer ao Senado, abrindo caminho para a primeira eleição de Lula ; o pai dela, o senador José Sarney (PMDB-AP), chegou a apoiar o petista, por atribuir ao tucano José Serra, então candidato do PSDB ao Planalto, a deflagração da operação contra Roseana.
Virada
A virada mais expressiva, no entanto, aconteceu durante a campanha de 1989, quando, nos últimos 15 dias de campanha, Lula ultrapassou o pedetista Leonel Brizola. Naquela época, por não haver urna eletrônica ; a contagem dos votos era manual ;, a apuração foi tensa até a confirmação de que Lula, e não Brizola, disputaria o segundo turno contra Fernando Collor (PRN).
A atual disputa eleitoral caminhava, a princípio, para a polarização PT x PSDB. As coisas mudaram em 13 de agosto, com a morte de Eduardo Campos, então presidenciável do PSB, em um acidente aéreo em Santos (SP). Impulsionada pela comoção e pelo espírito de mudança, Marina Silva tornou-se candidata e chegou a empatar tecnicamente com Dilma no primeiro lugar e a liderar com folga no segundo. Perdeu fôlego e impressionantes 12 milhões de votos nos levantamentos feitos do início de setembro até agora, e foi ultrapassada novamente por Aécio.