Eleições 2014

Pitiman, Toninho do PSol e Perci Marrara completam o sexteto de candidatos ao GDF

Entre a experiência política e a militância desde os tempos estudantis, o trio aparece sem destaque nas pesquisas de intenção de voto, mas se agarra no discurso de que os números erram

postado em 05/10/2014 05:07
Entre a experiência política e a militância desde os tempos estudantis, o  trio aparece sem destaque nas pesquisas de intenção de voto, mas se agarra no discurso de que os números erram

Bom aluno e militante ativo

Antônio Carlos de Andrade, 61 anos, é mineiro e mora em Brasília desde a década de 1980. Psicólogo e servidor público, ajudou a fundar o PT nacional. Até ingressar nas primeiras fileiras do PSol, era conhecido como Toninho do PT, mas saiu da sigla após o episódio do mensalão. Entre 1995 e 1996, no governo Cristovam, foi secretário de Administração e administrador de Brasília. Toninho concorreu ao GDF em 2006 ; teve 4% dos votos. Em 2010, conquistou 14,25%. É casado com a ex-deputada distrital Maninha, correligionária no PSol.

Toninho sempre estudou em escolas da rede pública. Começou a vida estudantil no pequeno município de Tombos (MG), onde aprendeu as primeiras letras na Escola Municipal Marieta Guariglia Bravo. A professora de infância Cleide Aparecida de Moraes Vicente, 71 anos, lembra como ele era. ;Educado, estudioso, respeitava muito os professores. Tirava boas notas;, relata. Um dia, véspera de Natal, a docente relata ter sido surpreendida pelo estudante. ;Bateu na porta lá de casa bem cedinho e me deu um presente. Era um abajur;, lembra a professora.


Para avançar e entrar no ensino médio, mudou de cidade. Iniciou o ginásio ; ensino médio nos dias atuais ; em Muriaé (MG). Concluiu o primeiro ano e partiu para o Rio de Janeiro. Entrou no Ginásio Nilo Peçanha, em Niterói, e concluiu os dois últimos anos. Fez um preparatório para o vestibular e foi aprovado, em 1973, em psicologia na então Universidade do Estado da Guanabara.

[SAIBAMAIS]Na faculdade, fez concurso público para o então Ministério da Previdência e Assistência Social. Trabalhava durante o dia e estudava à noite. ;Por necessidades profissionais, iniciei uma pós-graduação em uma área específica da psicologia: atendimento à criança e ao adolescente;, conta Toninho. A especialização durou um ano.

Em 1986, decidiu fazer um curso da Universidade Legislativa (Unilegis), em um convênio com a Universidade Federal do Mato Grosso, quando recebeu o título de especialista em ciência política. Já estava em Brasília e lembra que havia entrado na militância política 11 anos antes. Nesse período, fala com orgulho do dia em que fundou o PT. ;Em 10 de fevereiro de 1980, assinei o livro de fundação do Partido dos Trabalhadores, em um colégio de São Paulo;, lembra. (Manoela Alcântara e Arthur Paganini)

Entre a experiência política e a militância desde os tempos estudantis, o  trio aparece sem destaque nas pesquisas de intenção de voto, mas se agarra no discurso de que os números erram

No início, um salário mínimo

Luiz Pitiman, 52 anos, nasceu em Toledo (PR) e começou a trabalhar desde cedo. Com 7 anos, perdeu o pai. Assim, a mãe, dona Cely, que este ano completou 82 anos, ficou responsável pelos cinco filhos. O mais velho tinha 9 anos e a mais nova, apenas 2. ;Vivíamos com um salário mínimo. Então, desde cedo, tive que ajudar minha família de alguma forma. Comecei vendendo jornais, depois, engraxei sapatos e assim fui ajudando como podia;, recorda.

Com 14 anos, Pitiman conquistou o primeiro emprego com carteira assinada. ;Foi em Cascavel (PR), no Serviço de Aprendizagem Comercial do Senac. Iniciei cursos técnicos nas áreas de contabilidade e administração e fui vencendo até ser selecionado para ingressar no Exército;, lembra. Pitiman concorreu com mais de 3 mil soldados a oito vagas para prestar serviço em Brasília. ;Tenho certeza de que tudo o que a vida me ensinou até aquele dia foi fundamental para eu conquistar essa vitória;, conta. Na capital, conheceu a esposa, Sandra, com quem teve três filhos e ingressou no ramo empresarial. O início da vida política só veio em 1990, como chefe da Casa Civil do Acre com a eleição do ex-governador Edmundo Pinto (PDS), mas depois do assassinato de Edmundo, em 1992, voltou para Brasília.

Foi presidente da Novacap em 2009. No período de um ano, orgulha-se de ter dado início a 2 mil frentes de obra no DF. Na primeira candidatura a cargo público, em 2010, foi eleito deputado federal, com 51,4 mil votos, pelo PMDB. Nos primeiros seis meses, esteve na Secretaria de Obras. Depois, voltou à Câmara para ser coordenador da bancada do DF no Congresso Nacional e presidente da Frente Parlamentar Mista para o Fortalecimento da Gestão Pública. No Congresso, também é titular da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara e vice-líder do bloco da minoria. (Arthur Paganini)

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Voz calma, discurso radical

A única mulher candidata ao GDF não tem nenhuma restrição em se definir como radical ou polêmica se o assunto é a defesa da causa operária. O discurso de Perci Marrara ; nome eleitoral adotado por Percilliane Marrara Silva ; vem desde o início da militância estudantil. Nascida na capital, ela estudou na Escola Adventista de Planaltina, no Centro Educacional Rio Branco e no Colégio La Salle de Sobradinho. ;Sempre gostei de ciências humanas, eu me dava melhor nessas matérias;, lembra a candidata do PCO, que tentou concorrer em 2006, mas teve a candidatura indeferida por problemas na documentação.

Com 17 anos, entrou no Iesb para cursar jornalismo. Jovem ; fará 33 anos em 25 de outubro ;, apostou, durante a campanha, na panfletagem e no contato direto com o eleitor. Com pouco dinheiro para a corrida, teve a internet como principal meio de comunicação. Perci utilizou redes sociais para falar com os cidadãos, tirar dúvidas e pedir votos. Nada de discursos com a voz alta, brados e gestos largos. A moradora de Planaltina tem a fala calma, mas firme. Foi assim, em um debate na UnB, que explicou o objetivo de entrar na corrida eleitoral: ;Não vendemos a ilusão de que poderíamos vencer uma eleição com as regras atuais. Nossa preocupação é em destacar que o controle do Estado deve ser feito pela população e em sua função;. (Kelly Almeida)

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