Aécio Neves, candidato à Presidência da República pelo PSDB, fez campanha em Santa Luzia (MG), neste sábado (4/10), onde criticou o suposto uso dos Correios em favor de candidaturas do PT. O tucano ressaltou que a prática, se confirmada, configura crime eleitoral. Ele lamentou ainda o uso político da estatal, comparando a situação com a vivida pela Petrobras, alvo de uma série de denúncias nos últimos meses.
"É um acinte, um crime eleitoral", foi como Aécio qualificou a denúncia contra os Correios. A instituição teria deixado de entregar correspondência eleitoral das candidaturas tucanas à Presidência da República e ao governo de Minas Gerais. Aécio ressaltou que as denúncias devem ser apuradas e que cabe à Justiça Eleitoral tomar as providências.
[SAIBAMAIS] "Isso favoreceu uma candidatura. A lei determina a isonomia no pleito. Estamos fazendo o que é possível: alertando, denunciando e entrando com ações na Justiça Eleitoral para que as providências sejam tomadas, espero que sejam tomadas", ressaltou o tucano. Levantamentos da Coligação Muda Brasil, que tem como candidato o tucano, e pela equipe de Pimenta da Veiga (PSDB), candidato ao governo de Minas, indicaram que os Correios deixaram de entregar correspondência eleitoral das candidaturas dessas coligações.
O episódio foi revelado por um vídeo de uma reunião de campanha petista, da qual participam dirigentes dos Correios em Minas Gerais e o deputado estadual Durval Ângelo (PT-MG). "Se hoje nós temos a capilaridade da campanha do Pimentel e da Dilma em toda Minas Gerais, isso é graças a essa equipe dos Correios", disse o parlamentar. O encontro ocorreu com a presença do presidente dos Correios, Wagner Pinheiro. O deputado estadual diz ainda que o esforço dos petistas dos Correios será compensado com a reeleição de Dilma e a vitória de Pimentel.
Petrobras
O candidato tucano disse ainda que o uso político dos Correios se soma ao escândalo da Petrobras como resultado do aparelhamento que o governo petista fez nas estatais. "A Petrobras foi utilizada ao longo de todo esse período para beneficiar um grupo político, financiando-o, segundo diz o diretor preso; e, da mesma forma, os Correios estão sendo usados para beneficiar uma candidatura aqui em Minas", destacou.
"Não queremos, aqui em Minas Gerais, que as nossas empresas públicas e de excelência, reconhecidas internacionalmente e cotadas em Bolsa, como é o caso da Cemig, referência no setor até fora do Brasil, sejam aparelhadas de forma criminosa, como os Correios em Minas Gerais", acrescentou.