O debate entre os candidatos à presidência na Record, na noite deste domingo (28/9) começou quente, com Dilma Rousseff (PT) questionando a oscilação de posicionamentos de Marina Silva (PSB) ao longo da campanha. "A senhora mudou de partido quatro vezes e mudou de posição de um dia para o outro em temas importantes como a CLT, a homofobia e o pré-sal", provocou a petista. Em seguida, Dilma questionou qual tinha sido o voto da então senadora quanto à CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira, imposto que já foi revogado).
"Mudei de partido para não mudar de ideais e de princípios", rebateu Marina sobre a provocação da petista. "A CPMF começou em 1993, com várias etapas", explicou a ambientalista. De acordo com ela, no momento em que foi à votação o Fundo de Combate à Pobreza - cuja composição incluiria recursos da CPMF - "na comissão e no plenário, votei favorável, sim", observou Marina, que na época era filiada ao PT. O partido orientou a bancada a votar contra a medida. "Não faço oposição por oposição", completou, lembrando que a proposta era do senador Antônio Carlos Magalhães (PFL, atual DEM).
"Não entendo como a senhora pode se esquecer que votou quatro vezes contra a criação da CPMF, como consta nos anais do Senado", disse Dilma na réplica. A petista ressaltou que mudanças de postura produzem "insegurança". "Me estarrece que a senhora não se lembre que votou quatro vezes contra a criação da CPMF", repetiu a petista.
"Me lembro exatamente quando votei à favor. Defendi sim a CPMF", insistiu Marina na tréplica. A ex-senadora repetiu então um dos mantras da campanha: "Não faço oposição por oposição, raivosa; nem situação por situação, cega, que só vê qualidades".
Mais tarde, o candidato Eduardo Jorge (PV) aproveitou uma resposta a Levy Fidelix (PRTB) para entrar no debate. Ele assumiu o lado de Marina na briga e acusou o PT de ;mudar de lado;. ;Quanto à CPMF, quem mudou de posição foi o PT. Eu fui punido por que votei pela CPMF para salvar a saúde. E o Lula, que era contra, virou a favor quando era governo;, disse ele.
Também participam do debate os candidatos Aécio Neves (PSDB), Pastor Everaldo (PSC), Luciana Genro (PSOL), Eduardo Jorge (PV) e Levy Fidelix (PRTB).