Taguatinga é uma das cidades mais tradicionais da capital federal e a terceira mais populosa do DF, com cerca de 220 mil habitantes. A região administrativa criada em 1958 tinha como objetivo abrigar os trabalhadores que ajudaram na construção de Brasília. A cidade é considerada autossuficiente, possui um comércio vigoroso, além de faculdades e hospitais de primeira linha. Em meio a todos esses empreendimentos, surge um espaço peculiar: a Associação Portuguesa. Inaugurado em 1; de julho de 1962, ele é o único clube que sobrevive na região e atende também os moradores de Samambaia, Águas Claras e Ceilândia.
A associação partiu da iniciativa dos integrantes da Colônia Portuguesa de Brasília. Em 1960, os lusitanos alugaram um espaço pequeno na Quadra Sul B (QSB) de Taguatinga. ;Havia apenas uma quadra esportiva e um salão de festas, que era utilizado para confraternizações. Ali, eles faziam reuniões e se divertiam;, explicou o atual presidente do clube, José Murillo Figueiredo.
Anos depois, os portugueses sentiram a necessidade de um lugar maior. Hoje, o clube está situado na Quadra Sul 5 e tem área de 79 mil metros quadrados. O espaço amplo e verde conta com uma estrutura de três piscinas, duas saunas, um ginásio de esporte, três campos de futebol, quatro quadras de tênis, 20 churrasqueiras, dois salões de festa e uma pista de caminhada.
As instalações internas simbolizam a história da Associação e são marca registrada dos imigrantes que, um dia, passaram por ali. O presidente José Murillo explica que ainda há um grande desafio em trazer os portugueses de volta ao clube, pois muitas pessoas se dispersaram. ;Queremos manter a identidade do local, e uma das formas é uma festa de Portugal que promovemos todo ano. Fazemos questão em trazer a cultura do país deles (os portugueses) e as comidas típicas. É uma das maneiras de nos reaproximarmos;, afirmou.
;Cresci no clube;
O professor aposentado Valter Eleuterio pratica esporte desde os 16 anos. ;Sempre tive interesse de fazer parte de um grupo, e no clube eu via essa interatividade e sentia a adrenalina de competir, viajar e disputar;, comentou. Em 1975, Valter se mudou para Brasília, ano em que conheceu a Associação Portuguesa. ;Ao chegar à capital, visitei vários clubes para saber em qual eu me identificaria mais. Como moro em Taguatinga Sul, decidi ir à associação, mas de início não gostei muito. Achei pequeno (a sede anterior). Entretanto, percebi que aqui havia uma recepção maravilhosa, e esse foi o diferencial;, conta.
Apaixonado por tênis, o aposentado passou a se dedicar intensamente à modalidade esportiva, tanto que costuma ir ao clube todos os dias para treinar. ;Criamos um grupo de 25 pessoas mais velhas, que vêm aqui só para jogar. Isso se tornou meu quintal de casa e não saio daqui nunca mais;, enfatiza.
Sempre juntos
Meire Castro, 37, e José da Silva, 48, são almas gêmeas, como se definem. O casal de contadores está há 10 anos juntos. De lá para cá, até empresa eles criaram. Mas os dois têm uma peculiaridade que nem todos os cônjuges têm: jogar bola juntos.
Meire é cearense e, desde a juventude, gostava de jogar bola com as amigas. Ao vir para Brasília, conheceu José e percebeu que o marido também era apaixonado pelo vbesporte. ;Eu sempre o acompanho nas partidas. Às vezes, ele nem quer vir ao clube, mas eu insisto. Temos uma relação de cumplicidade nessa parte, tanto é que até o meião dele eu pego;, brinca.
Há cinco anos, José decidiu se tornar sócio na Associação Portuguesa. Segundo ele, o que o atraiu foi o acolhimento. ;No primeiro dia que vim visitar o clube, comecei a me relacionar com as pessoas. Já cheguei brincando, me deram colete e me colocaram no time. Parecia que eu conhecia o pessoal há 10 anos.
*Estagiária sob supervisão de José Carlos Vieira
Associação Portuguesa de Brasília
Fundação: 1962
Associados: 2 mil
Como se associar qualquer pessoa pode se tornar um sócio.
Confira os três tipos:
Modalidades
sócio-contribuinte:
R$ 110 (mensal);
Sócio-familiar
R$ 210;
Sócio-proprietário
taxa de adesão (R$ 2 mil) e mensalidades de R$ 210.