Geovana Oliveira*
São anos de história, entre relatos, piadas, lembranças, mas, principalmente, a criação de laços. Os clubes da Associação dos Delegados de Polícia do Distrito Federal (Adepol) e da Associação-Geral dos Servidores da Polícia Civil (Agepol) se tornaram muito mais do que espaços de lazer. Viraram lugares para troca de experiências, confraternização e descanso.
Foi por meio da parceria entre 60 delegados que o clube Adepol saiu do papel em abril de 1988, quando eles buscavam uma sede campestre para a associação. O fundador do clube, o delegado aposentado Paulo Roberto D;Almeida, se lembra bem da procura por uma área. A ideia inicial era comprar um terreno em Águas Lindas (GO), a partir de uma vaquinha entre amigos. Porém, a ideia mudou com a disponibilização de um espaço no Setor de Clubes Sul. ;Eu fui atrás, e nós conseguimos comprar esse terreno. Era o mais próximo do Lago Paranoá;, recorda Paulo Roberto.
A foto, ainda em preto e branco, dos amigos na área que se transformou no clube está estampada em um mural no prédio da sede administrativa, ao lado de outros registros dos primeiros associados. ;Este espaço nasceu da amizade. Isso é fruto de muito esforço. Os novos entraram e continuaram reconhecendo o nosso trabalho e preservando a nossa história;, destaca o fundador.
A amizade, ingrediente presente em toda a história do clube, ainda é o que conquista mais associados e cativa os antigos. É o caso do delegado aposentado Adeuri Gomes, 54. ;É aqui que a gente encontra os colegas de trabalho anos após a aposentadoria e onde podemos conhecer novos colegas que acabaram de começar na função;, comenta.
O clube fica perto da Ponte JK e ocupa uma área de 31 mil metros quadrados à beira do Lago Paranoá. Com 791 associados, o local conta com 11 churrasqueiras, três piscinas, um campo de futebol, com vestiário e academia, além de quadras para tênis e vôlei de areia, parquinhos e um deck, que dá acesso ao lago, e salões de festa. Às margens do espelho d;água, também é possível praticar esportes, como caiaque, stand up paddle (sup), kitesurfe, windsurfe e canoas havaianas.
Futebol e vinho
O clube proporciona também momentos de confraternização entre os associados. Eles criaram um campeonato de futebol, batizado de Adeboleiros, e o Clube do Vinho, onde se reúnem às quintas-feiras, há mais de 10 anos, para conversar e degustar a bebida. A delegada aposentada Ildete Ambrósia, 68, é sócia desde a inauguração. ;Esse clube faz parte da minha história de vida. Tenho lembranças maravilhosas. Fiz muitos amigos aqui. Eram amigos de profissão, que, hoje, fazem parte do meu ciclo de amizade;, destaca.
Descanso
Entre uma investigação e outra, ter um lugar para descansar é fundamental para um policial civil. Foi com essa proposta que surgiu o clube da Agepol, em 1983. ;A gente viu a necessidade de cuidar do entretenimento do policial. A rotina dos profissionais se baseava apenas em ir do trabalho para casa e da casa para o trabalho;, conta o presidente do clube, Hugo Silva.
Para construir o ambiente de lazer, os policiais se reuniram e compraram um terreno no Setor de Clubes Sul, uma área de 37,95 mil metros quadrados. No início, só havia um campo de futebol e duas churrasqueiras. ;A pessoa vinha fazer o churrasco, praticamente, no meio do cerrado;, lembra Hugo.
O servidor aposentado da Polícia Civil Jurandir Rosa Gomes, 66, é um dos sócios mais antigos. Com carinho, ele se recorda dos momentos em que saía do plantão e seguia direto para a Agepol. ;Depois do trabalho, o destino era certo. Vinha sempre para jogar tênis de mesa e bater papo, além de buscar o alívio do estresse. Um verdadeiro local para descansar;, diz.
O espaço conta com três piscinas: uma semiolímpica, uma social e outra infantil; além de 17 churrasqueiras, academia de crossfit, quadras esportivas e um campo de grama sintética, local de treino para o Flamengo.
A agente da Polícia Civil aposentada Cláudia da Franca, 54, entrou na corporação em 1984, mesmo ano em que se associou ao clube. À época, quando começou a trabalhar na polícia, ela conta que sofreu com o ambiente formado, em sua maioria, por homens. ;O clube veio como um espaço para diminuir essas diferenças e quebrar as barreiras, porque o lugar dava a oportunidade de conversar, além de fazer, ver e rever os amigos;, conta.
Júlio da Silva Carvalho, 55, também tornou-se sócio do clube assim que virou policial civil. ;O clube é um ponto de encontro e reencontro. Nós construímos aqui uma família policial;, comenta.
Troca de experiência
Para o sócio e policial civil Reynaldo Martins, 40, estar no clube é mais do que se divertir. É se aprimorar na profissão, trocando experiência com os aposentados da corporação. ;Precisamos de um espaço como esse para conhecermos e aprendermos com quem tem mais experiência. E aqui é a oportunidade;, afirma. Além da troca de conhecimento, Reynaldo aproveita para levar os dois filhos, de 6 e 3 anos. ;Solto eles e deixo brincarem. Enquanto isso, eu fico com o pessoal, conversando. Acaba sendo empolgante, porque acaba que um colega dá uma dica sobre algum caso policial, e até mesmo sugestões;, acrescenta.
Adepol
Fundação: 1988
Associados: 791
Área: 31 mil metros quadrados
Como se associar: qualquer pessoa pode se tornar um sócio, desde que seja delegado ou indicado por três delegados associados. A mensalidade custa
R$ 257, para sócios efetivos; R$ 79, para sócios atletas (que usam o clube apenas para esporte); e R$ 157, para associados temporários (por indicação).
Agepol
Fundação: 1983
Associados: 1.280
Área: 37,95 mil metros quadrados
Como se associar: qualquer pessoa pode conhecer o clube e se tornar sócio, mediante indicação de algum associado. Para servidores e comunidade em geral, a mensalidade custa R$ 139,24
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*Estagiárias sob supervisão de Guilherme Goulart