Ir ao clube. O ato é simples, mas está carregado de um simbolismo enorme: significa ter um dia de lazer, bem-estar e descanso de uma forma que poucos lugares oferecem. ;O próprio fato de arrumar as coisas para ir, traz uma memória afetiva muito bacana. Lembro-me de quando era criança, meus pais perguntavam ;vamos ao clube?;, e eu ficava toda empolgada. Sou feliz em saber que meus filhos também são assim, porque eles têm um lugar que representa essa diversão saudável, a céu aberto, com brinquedos, piscina, o tobogã e tudo que é ideal para nossa infância. E isso é ótimo para a família;, afirma Fabiana Borges, 42 anos, sócia da Associação Atlética Banco de Brasília (AABR).
Outro clube que provoca essa sensação é a Associação dos Servidores do Banco Central (Asbac). Fundado em janeiro de 1966, com o objetivo de dar suporte social e financeiro à comunidade do Banco Central do Brasil, a Asbac está instalada em todo o país, inclusive na capital, e, hoje, recebe sócios variados. São mais de 2 mil associados, que desfrutam de uma área de 160 mil metros quadrados, com a beleza do Lago Paranoá e o verde das árvores, no Setor de Clubes Sul.
A Asbac é próxima da AABR. Aberto para funcionários do Banco de Brasília e público externo, a AABR tem como identidade ser um lugar acolhedor para quem quiser confraternizar. O espaço possui piscinas aquecidas, quadras esportivas, gramado para banho de Sol à beira do Lago Paranoá e 15 churrasqueiras, entre outras instalações. Presidente da associação, Marcus Alencar diz que trabalha em um espaço especial, palco de momentos que ficam na memória familiar.
;O hábito de ir ao clube traz muita felicidade e saúde. Quando vejo um pai levando um filho para jogar bola, bato palma. Porque falta isso hoje em dia, essa interação entre a família. Tanto é que temos um campeonato há 21 anos que é com pais e filhos. Porque uma coisa é a pessoa só deixar a criança na quadra e ir embora, e outra é a família estar junta se divertindo. Isso é essencial;, afirma Alencar.
Fabiana é prova viva disso. Mineira, ela morava em Uberaba antes de se mudar para Brasília com o marido, e teve como uma das primeiras paixões na capital: a AABR. Logo que chegou ao Distrito Federal, em 2009, se tornou sócia: ;Há 10 anos, minha história foi se consolidando, aqui no DF, dentro do clube. Meu marido também passou a amar a associação, tivemos nossos filhos e todos nós temos dias especiais nele. Vamos juntos, ele joga bola, meus filhos curtem a piscina e eu relaxo e me divirto também;, conta a bancária.
Ela também acredita que o clube é um ambiente único, porque proporciona momentos de confraternização. ;Meus filhos ficam a semana toda perguntando se vamos ao clube no sábado ou domingo. Com certeza, no futuro eles vão lembrar que tiveram uma boa infância ao lado da família por conta desses dias. Eu moro em condomínio que tem opções de lazer, mas não é a mesma coisa que um clube. As crianças precisam de um espaço para socializar com outros pequenos;, destaca ela.
Quem frequenta a AABR pode encontrar opções de lazer para deixar o emocional e físico em paz. É isso que acredita Bruno Nunes, 27. Ele se associou em 2014, quando entrou para o Banco de Brasília, e achou que não iria ser um sócio ativo. ;Pensei em ir vez ou outra, mas, com o passar do tempo, fui gostando muito de frequentar. Hoje, falo até que é mais fácil eu cancelar meu plano de saúde do que minha associação;, brinca. Morador de Sobradinho, Bruno coloca na balança a distância da casa para o clube de um lado e todos os benefícios de outro nem fica com dúvida: ;Os pontos positivos são tantos que nem é uma dificuldade me locomover para lá;.
O bancário utiliza o clube todos os domingos e até alguns dias da semana, para descansar do cansaço do cotidiano. Na AABR, ele fez amizades de todas as idades, sem restrições, e encontra um ambiente totalmente agradável. ;A minha qualidade de vida melhorou muito depois que me associei. É fundamental ter uma atividade para se movimentar, manter o corpo ativo, como o futebol que eu jogo. Ainda mais quando fazemos isso em contato com a natureza;, explica. E não é só a cabeça que ganha, o corpo também: ;Até psicologicamente me sinto melhor, porque, às vezes, a gente está estressado do trabalho, mas vai para a beira do Lago Paranoá, bebe uma cerveja, fica com os amigos e isso muda tudo;, conta.
Do clube para a vida
Ana Lúcia Baruzzi, 57, se mudou para Brasília em 1985, em busca de uma vida melhor. A paraense saiu de sua terra natal e ficou a saudade dos amigos, pais e os 11 irmãos. Formada em educação física, ela entregou diversos currículos nos clubes da capital, até que, em março de 1986, foi chamada para dar aulas de natação na Associação dos Servidores do Banco Central (Asbac). ;Nunca me senti tão feliz. Minha turma era cheia e animada. Eu sempre entrava na água com meus alunos;, conta. A trajetória como professora durou 10 anos, mas as lembranças nunca foram apagadas.
Foi na Asbac que Ana pôde desfrutar os melhores momentos da juventude. ;Lá tinha uma boate, todas às sextas-feiras, que era muito boa. Eu amava dançar. Das aulas ia direto para a balada;, relembra. Em uma dessas festas no clube, a professora conheceu o futuro marido, Cláudio Baruzzi, 58. Foi amor à primeira vista, segundo ela. ;Ele estava dançando com uma turma e trocamos muitos olhares. Naquela época, a paquera era assim;. Depois daquela noite, os dois começaram a namorar. A união tem 30 anos e o resultado foi o nascimento dos dois filhos, João Felipe, 24, e Daniela Baruzzi, 28.
A piscina, com profundidade de cinco metros, é equipada com uma plataforma de salto de 10 metros, o lugar preferido de Ana. Mas, além da natação, o clube dispõe de outras 21 modalidades esportivas, como remo, vôlei de praia, pebolim, futsal e tênis de mesa. A localização à beira do Lago Paranoá remete ao clima de paz e tranquilidade. Nas noites, shows e eventos agitam o ambiente. ;Aqui tem gente de diversas faixas etárias e isso é o mais importante. É gratificante ver que, a cada dia, novas pessoas integram o clube. É um lugar família, que não perdeu a essência depois de tantos anos;, ressalta a presidente da Asbac, Edina Souza.
De pai para filho
Deixar um bom legado para o filho, certamente, é a melhor escolha que um pai pode fazer. Com apenas um ano, Diego Siqueira, hoje com 37, acompanhava o pai, Geraldo Siqueira, 64, nos campeonatos de futebol da Asbac. As memórias marcaram a vida do empresário e o incentivaram a seguir os mesmos passos do seu herói. ;O David começou no time das Fraldinhas. Fui o treinador dele e, muitas vezes, eu era mais rigoroso com ele do que com o resto da equipe. Para mim, é indescritível vê-lo crescendo no futebol e saber que fui inspiração;, diz Geraldo.
A relação dos dois só se estreitou, tanto que hoje, jogam no mesmo time. ;Meu pai é um exemplo para mim. Nunca me esqueço dos momentos que eu vinha para o clube e brincava de pique-pega, polícia e ladrão. Isso marcou minha infância aqui na Asbac;, conta David.
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*Estagiária sob supervisão de José Carlos Vieira
AABR / Fundação: 1966 ; Idade: 53 anos ; Associados: 1800 sócios ; Área: 35 mil metros quadrados ; Como se associar: Qualquer pessoa pode conhecer o clube e se tornar sócio. Para funcionários do Banco de Brasília, os preços são a partir de R$ 95, e a mensalidade varia entre preços de R$ 123 para quem não é do BRB.
Asbac / Fundação: 1977 ; Idade: 42 anos ; Associados: 2.500 ; Área: 160 mil metros quadrados ; Como se associar: Qualquer brasiliense pode se associar por preços entre R$ 187 (para quem é funcionário do Banco Central) e R$ 210 para quem não é do banco.