Rio de Janeiro ; No ano em que completa 95 carnavais, o Cordão da Bola Preta ; mais tradicional bloco de rua do Rio de Janeiro ; acumula uma dívida de R$ 2,8 milhões. Apesar disso, segundo o presidente Pedro Ernesto Marinho, o desfile de sábado (9/2), que abre oficialmente o carnaval de rua carioca, está mantido.
O bloco acumulou a dívida ao ficar vários anos sem pagar o condomínio do prédio onde funcionava a antiga sede, na Cinelândia, região central da cidade, de onde parte o desfile de sábado do Cordão da Bola Preta. A dívida provocou o despejo do Cordão Bola Preta do edifício, em 2008. No ano seguinte, o bloco acabou conseguindo uma nova sede, na Lapa, depois que o governo do estado cedeu um terreno seu para a sociedade carnavalesca.
[SAIBAMAIS]As dificuldades do bloco não pararam por aí. Em maio do ano passado, o segundo andar da sede do bloco desabou. A reforma, orçada em quase R$ 3 milhões e que seria paga pela prefeitura, não pôde ser feita por uma decisão da Justiça, segundo informação da Secretaria Municipal de Conservação.
;A gente ainda tem um problema sério dessa dívida com o condomínio onde foi a nossa sede, que ainda não está resolvido. E que nem tem como resolver, porque é uma dívida milionária, de R$ 2,8 milhões. Mas dentro da nossa capacidade, a gente tem tentado administrar o Cordão da Bola Preta da melhor forma possível;, disse Marinho.
O terreno do Cordão da Bola Preta é disputado pelo Sindicato dos Policiais Civis (Sinpol), que quer instalar ali sua sede. Na manhã desta quarta-feira (6/2), uma manifestação pediu a entrega do terreno aos policiais. De acordo com o sindicato, o governo do estado prometeu, em 2006, ceder o local ao Sinpol, que, por isso, afirma ter gasto R$ 600 mil com obras no terreno.
O Cordão da Bola Preta concorre ao título de maior festa de rua do mundo, concedido pelo Guinness Book.