Rio de Janeiro- "Eu vou juntar chopinho com Chopin, não importa o amanhã, hoje eu quero Bach", diz trecho do samba do bloco Feitiço do Villa. Hoje, o bloco apresentou, na Lapa, repertório de música erudita em ritmo de samba.
A banda incluiu cinco sopros (fagote, clarinete, tromba, flaute a oboé), um quarteto de cordas, um puxador de samba e uma cantora lírica, que interpretou a marchinha Cabeleira do Zezé, quando foi ovacionada por os cerca de 200 foliões da plateia.
Segundo o maestro do bloco, Carlos Prazeres, a ideia é popularizar a música erudita. Por isso, a apresentação coincide com o Dia Nacional de Música Clássica - criado em homenagem ao nascimento do maestro e compositor Heitor Villa-Lobos, a quem o bloco presta homenagem.
"Por trás dessa brincadeira, estamos levando música clássica para todos;, afirmou Prazeres, também maestro assistente da Orquestra Petrobras Sinfônica.
Formado por músicos de pelo menos quatro orquestras da cidade e por alunos da Universidade Federal do Rio de Janeiro, o bloco tocou Trenzinho Caipira, de Villa-Lobos, A primavera, de Vivaldie, e Ode à Alegria, de Beethoven.
A bailarina Margheritta Tostes disse ser suspeita para avaliar o bloco porque "ama música clássica", ;É muito diferente de tudo. Sem dúvida, é o [bloco] mais original."
Essa é a primeira apresentação do Feitiço do Villa, que teve aprovação unânime da plateia. Para a fonoaudióloga Graça Santana, a apresentação mostra que não há mais a separação entre popular e clássico. "Foi fantástico."