Ouro Preto ; Clima de primeiro dia de carnaval em pleno fim de festa. Nessa terça-feira, os foliões de Ouro Preto deixaram de lado a ressaca e o cansaço para pular os momentos finais da folia mais esperada do ano. Como a próxima só ocorrerá em 2011, a ordem é aproveitar até a última gota. Pelas ruas do Centro Histórico, 11 blocos fizeram a despedida do reinado de Momo e levaram a multidão à loucura. No fim da tarde, chuva para refrescar a alma, depois de vários dias de sol forte.
O mais esperado foi o Bloco do Caixão, formado pelos universitários da cidade. Na Rua Direita, mal dava para andar, de tanta gente esperando a passagem do grupo. As sacadas das casas também ficaram cheias e se transformaram em verdadeiros camarotes. As caveiras, marca do grupo, e as bandeiras das repúblicas puxaram os foliões até a Praça Tiradentes. No meio do bloco, mulheres se revezavam para dançar com muita sensualidade em cima de um caixão carregado pelos homens.
Antes, o Jesus Bom a Beça desfilou com uma comissão de frente formada por malabaristas e uma bateria impecável. As mulheres dominaram o tamborim, no ritmo do samba, com direito a paradinha da bateria. O Bloco da Barra completou 40 anos de carnaval. Tinha homem vestido de mulher e muito folião com o corpo coberto por tinta preta. Durante o percurso, eles pediram e quem estava nas sacadas obedeceu, jogando água para refrescar.
A farmacêutica e bioquímica Mônica Font Juliá, de 59 anos, acompanhou tudo no maior entusiasmo. ;Adoro o carnaval. Saio nos bloco desde criança, quando ia acompanhada por meu pai. Improviso minhas fantasias, brinco e pulo;, contou. Para ela, a festa este ano teve ares de renovação: ;Foi espetacular e mostrou que está voltando ao que era na minha época de adolescente, com mais marchinhas e a cidade cheia, mas não tanto quanto nos outros anos, quando as repúblicas federais faziam festa. Ficou com mais cara da cidade;.
[SAIBAMAIS]O casal de namorados Amanda Barros, de 22, e Bruno Fortes, de 26, também estava inteiro no último dia de carnaval. ;Este ano foi diferente por causa do fim das festas nas repúblicas. Mas isso fortaleceu os blocos e conservou a tradição, dando mais força para o carnaval de rua;, afirmou.