Jornal Correio Braziliense

Carnaval 2010

Alegria sem tropeços

Brasilienses que foram ao Ceilambódromo no sábado se divertiram, em ambiente seguro, com um show das escolas de samba. Boa parte delas exaltou o futebol

Os foliões que passaram a noite do sábado de carnaval no Ceilambódromo encontraram música, agitação, boa infraestrutura e reforço na segurança. Desde as 15h, horário de abertura dos portões, até 3h30, quando o último show terminou e o espaço foi evacuado, nenhuma ocorrência grave foi registrada dentro do complexo ou nos arredores.

A programação começou às 16h, com bandas locais e nacionais. Antes do desfile das três escolas de samba, coube ao grupo Tribahia esquentar o público, em um palco ao lado do sambódromo. Na plateia, o Palhaço Pirulito circulava com seu carrinho, vendendo sprays de espuma e para colorir os cabelos, além de algodão-doce. ;As vendas nunca são boas no primeiro dia;, ensinava ele, que há 22 anos atua também como animador de carnaval, empolgando os espectadores enquanto as escolas se preparam para o desfile.

A Empresa Brasiliense de Turismo, Brasiliatur, organizadora do evento, investiu em melhorias na estrutura montada este ano. Além de recuperar a pista ; como faz anualmente ; e de montar a arquibancada, os camarotes, a estrutura de iluminação, as cercas e os alambrados, ampliou os estacionamentos, a área para shows e ainda alterou o local de entrada dos carros alegóricos. Segundo o diretor de marketing da Brasiliatur, Ney Gilberto Leal, os integrantes das escolas ganharam um espaço mais confortável para trocar de roupa. ;Outra novidade é que fizemos um camarote especial para pessoas da terceira idade e outro para pessoas com necessidades especiais;, destacou.

Futebol

Às 22h50, a noite revelou que teria forte pegada futebolística. A Gigante da Colina, estreante no Ceilambódromo, homenageava o time dos integrantes: o Vasco da Gama. A bateria, composta por 30 ritmistas, era cercada por foliões vestidos com camisas cruz-maltinas. Uma enorme bandeira do clube carioca ia e vinha, cobrindo os participantes.

Aos 24 anos de idade e 10 de carnaval, o mestre-sala Salvador da Silva distribuía sorrisos ao chegar à dispersão. ;Quando começam os fogos, a gente treme. Mas se acalma na avenida;, ensinou. O presidente da escola, Fabiano Duarte, explicou que o grupo fundador comanda um projeto social no Varjão, que ensina japonês, teoria musical e cavaquinho a crianças da cidade. ;A ideia é fazer o bem, canalizando a paixão pelo Vasco em projetos sociais;, destacou.

Ovacionada por uma apaixonada torcida, que manteve fogos de artifício acesos durante toda a passagem da escola, a Gaviões da Fiel saudou o centenário do Corinthians. São Jorge, santo padroeiro do time, serviu como inspiração para várias alas. O único carro alegórico da noite, enfeitado pelo gavião que simboliza a equipe paulistana, trazia cinco mulheres como destaque, a muitos metros de distância do chão. Elas foram trazidas ao solo por uma grua.

Animação

A única a não exaltar feitos da bola foi a Unidos do Varjão, a primeira escola de samba da história da comunidade. Segunda agremiação a desfilar, a Unidos fez uma homenagem à cidade e à natureza. A maioria de integrantes eram crianças. ;Como é um polo de reciclagem e tem força no hip-hop, optamos por incluir esses temas;, explicou o diretor administrativo, Igor Gustavo. As fantasias traziam tampinhas de latas, garrafas pet e discos de vinil.

Após o desfile, emocionado, o presidente da escola, Manoel Veras, agradeceu o apoio da comunidade, que fez doações em dinheiro, e do empresariado local, que ajudou a custear os gastos, estimados em R$ 20 mil. ;Em março, começa nosso trabalho para chegar ao grupo especial;, declarou.

Depois do desfile amistoso, criado para escolas que não participam do campeonato, foi a vez da banda baiana Vixe Mainha, liderada pela cantora Gilmelândia, ferver o Ceilambódromo. O show, que terminou às 3h, levou ao local o maior público registrado na noite, cerca de 15 mil pessoas, segundo a Polícia Militar.