Os foliões que passaram a noite do sábado de carnaval no Ceilambódromo encontraram música, agitação, boa infraestrutura e reforço na segurança. Desde as 15h, horário de abertura dos portões, até 3h30, quando o último show terminou e o espaço foi evacuado, nenhuma ocorrência grave foi registrada dentro do complexo ou nos arredores.
A programação começou às 16h, com bandas locais e nacionais. Antes do desfile das três escolas de samba, coube ao grupo Tribahia esquentar o público, em um palco ao lado do sambódromo. Na plateia, o Palhaço Pirulito circulava com seu carrinho, vendendo sprays de espuma e para colorir os cabelos, além de algodão-doce. ;As vendas nunca são boas no primeiro dia;, ensinava ele, que há 22 anos atua também como animador de carnaval, empolgando os espectadores enquanto as escolas se preparam para o desfile.
A Empresa Brasiliense de Turismo, Brasiliatur, organizadora do evento, investiu em melhorias na estrutura montada este ano. Além de recuperar a pista ; como faz anualmente ; e de montar a arquibancada, os camarotes, a estrutura de iluminação, as cercas e os alambrados, ampliou os estacionamentos, a área para shows e ainda alterou o local de entrada dos carros alegóricos. Segundo o diretor de marketing da Brasiliatur, Ney Gilberto Leal, os integrantes das escolas ganharam um espaço mais confortável para trocar de roupa. ;Outra novidade é que fizemos um camarote especial para pessoas da terceira idade e outro para pessoas com necessidades especiais;, destacou.
Futebol
Às 22h50, a noite revelou que teria forte pegada futebolística. A Gigante da Colina, estreante no Ceilambódromo, homenageava o time dos integrantes: o Vasco da Gama. A bateria, composta por 30 ritmistas, era cercada por foliões vestidos com camisas cruz-maltinas. Uma enorme bandeira do clube carioca ia e vinha, cobrindo os participantes.
Aos 24 anos de idade e 10 de carnaval, o mestre-sala Salvador da Silva distribuía sorrisos ao chegar à dispersão. ;Quando começam os fogos, a gente treme. Mas se acalma na avenida;, ensinou. O presidente da escola, Fabiano Duarte, explicou que o grupo fundador comanda um projeto social no Varjão, que ensina japonês, teoria musical e cavaquinho a crianças da cidade. ;A ideia é fazer o bem, canalizando a paixão pelo Vasco em projetos sociais;, destacou.
Ovacionada por uma apaixonada torcida, que manteve fogos de artifício acesos durante toda a passagem da escola, a Gaviões da Fiel saudou o centenário do Corinthians. São Jorge, santo padroeiro do time, serviu como inspiração para várias alas. O único carro alegórico da noite, enfeitado pelo gavião que simboliza a equipe paulistana, trazia cinco mulheres como destaque, a muitos metros de distância do chão. Elas foram trazidas ao solo por uma grua.
Animação
A única a não exaltar feitos da bola foi a Unidos do Varjão, a primeira escola de samba da história da comunidade. Segunda agremiação a desfilar, a Unidos fez uma homenagem à cidade e à natureza. A maioria de integrantes eram crianças. ;Como é um polo de reciclagem e tem força no hip-hop, optamos por incluir esses temas;, explicou o diretor administrativo, Igor Gustavo. As fantasias traziam tampinhas de latas, garrafas pet e discos de vinil.
Após o desfile, emocionado, o presidente da escola, Manoel Veras, agradeceu o apoio da comunidade, que fez doações em dinheiro, e do empresariado local, que ajudou a custear os gastos, estimados em R$ 20 mil. ;Em março, começa nosso trabalho para chegar ao grupo especial;, declarou.
Depois do desfile amistoso, criado para escolas que não participam do campeonato, foi a vez da banda baiana Vixe Mainha, liderada pela cantora Gilmelândia, ferver o Ceilambódromo. O show, que terminou às 3h, levou ao local o maior público registrado na noite, cerca de 15 mil pessoas, segundo a Polícia Militar.