São Luís - Nem desfile em ala, nem abadá, menos ainda sair em bloco. É em celebrar a folia de Momo mantendo as características de sempre que está a alegria do maranhense da capital, São Luís. Claro que escola de samba não falta, nem trio elétrico ou blocos de rua.
Mas nada é parecido com o que se vê no resto do país: tudo tem um toque da tradição dos antigos carnavais. Por isso, a organização da festa na cidade, compartilhada entre os governos estadual e municipal, estima que pelo menos 100 mil pessoas por dia atravessem alguns dos quatro grandes circuitos de festas neste carnaval. A cada noite, há uma média de 160 atrações nesses locais.
À exceção do novo circuito que atravessa a avenida Litorânea, por onde passam trios elétricos, em todos os demais, não faltam fofões. São personagens típicos do carnaval maranhense, que se vestem com macacões coloridos e máscaras assustadoras. A brincadeira é: eles provocam sustos e perseguem as pessoas, até que elas lhes dêem um trocado.
Foi a figura do fofão que inspirou a ornamentação das ruas, decoradas com grandes portais coloridos e grandes máscaras.
;O [artista plástico] Miguel Veiga, que é o idealizador da decoração, usou como inspiração o fofão, que é o nosso personagem tradicional, e as máscaras do carnaval universal. Mas o que faz a nossa festa tão colorida é o desfile dos blocos e as pessoas nas ruas, as crianças brincando, os bares abertos e as brincadeiras;, afirma o produtor artístico do Carnaval 2010 e dirigente do grupo Barrica de teatro de rua, José Pereira Godão.
Montada na Avenida Beira Mar, ao lado do maior circuito da cidade, o São Pantaleão, a passarela do samba recebe as escolas e blocos tradicionais. Embora algumas dessas escolas guardem semelhança no nome com as escolas cariocas ; Império Serrano e Mangueira são alguns exemplos ; em São Luís, elas são chamadas de ;turmas do samba;.
Mas a brincadeira mais antiga do carnaval de São Luís é das crianças e adolescentes. Desde os anos 40 do século passado, as tribos de índios marcam presença nas ruas, durante os desfiles populares. Vestidos com trajes de índios norte-americanos, com pinturas pelo corpo, saiotes e cocares, eles dançam, ritmados por uma batucada feita com retintas e tambores de marcação, em coreografias rápidas e circulares.