ARIADNE SAKKIS
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Apesar das ameaças, a União das Escolas de Samba e Blocos de Enredo de Brasília (Uniesbe) voltou atrás e confirmou os desfiles das escolas no Ceilambódromo. O presidente da Uniesbe, Geomar Leite, o Pará, informou que a decisão foi tomada principalmente por respeito ao público: ;Decidimos, independentemente das ações do governo, fazer um desfile em grande estilo, na esperança de ter uma solução dos problemas até a quarta-feira, dia da apuração dos vencedores. Esperamos que os compromissos sejam cumpridos;.
[SAIBAMAIS]Na terça-feira, a Liga ameaçou cancelar os desfiles caso as escolas vencedoras não fossem premiadas em dinheiro e o reinado de Momo não recebesse subsídios. A Secretaria de Transportes liberou, pela manhã, os ônibus para transportar as comunidades e integrantes das escolas até o sambódromo na Ceilândia, dando fim à terceira queixa das escolas. Em entrevista coletiva na manhã de ontem, o presidente da Brasiliatur, João Oliveira, e o secretário de Cultura, Silvestre Gorgulho, esclareceram que não há meios jurídicos de se pagar um prêmio aos campeões do carnaval e que, na verdade, a entrega de prêmios nunca existiu.
Premiação
Pará, o presidente da Uniesb, alegou que o primeiro projeto apresentado previa a premiação, mas que a cláusula foi retirada do contrato assinado em 30 de dezembro com uma promessa informal, ou seja, sem documentação, da Brasíliatur de que o prêmio, entre outros gastos, seria revisto em um outro momento. ;A união das escolas de samba de Brasília é parceira do GDF, mesmo porque é o governo que está fazendo a maior parte do trabalho. Compreendemos as dificuldades financeiras do repasse da premiação, mas defendemos os direitos das escolas de receber os prêmios, que ajudam a incentivar o andamentos dos trabalhos para o próximo ano;, declarou Pará. Ele sustenta que sempre houve premiação, cujo valor vinha embutido no repasse total de verbas.
O presidente da Brasiliatur, João Oliveira, reclamou da já tradicional pressão das escolas às vésperas do carnaval. ;A gente trabalha preventivamente para evitar essa situação, mas todo ano tem esse clima de chantagem;, queixou-se. Ele defendeu parcerias com a iniciativa privada para financiar os prêmios e cobrou das escolas mais profissionalismo e iniciativas de sustentabilidade. ;As escolas também têm que encontrar outras formas de captar recursos, interagindo com a comunidade. Não se pode ficar no berço esplêndido, deitado no colo do Estado;, criticou.
As escolas de samba afirmam que o primeiro passo para a profissionalização é a construção das sedes, cujos terrenos são pleiteados há algum tempo na Terracap. ;As escolas ensaiam no meio da rua. Precisamos de uma sede para fazer a parte social, para chamar o patrocinador. O espaço é fundamental;, expôs o representante das escolas. A questão já é conhecida do secretário de Cultura, que reconheceu ;o interesse do GDF em que as escolas tenham seu próprio espaço;, mas acrescentou que as agremiações têm de ter projetos ao longo do ano. ;Não podemos dar terrenos para as escolas trabalharem só dois meses por ano;, justificou.
As demais atividades programadas para o carnaval em Brasília também estão confirmadas. Mais de 100 artistas do DF e 10 atrações nacionais farão quase 260 apresentações divididas entre o Ceilambódromo, o Gran Folia (montado na Esplanada dos Ministérios) e 26 cidades do DF. De acordo com a Secretaria de Cultura, cerca de R$ 10 milhões foram investidos para as festividades.