Como um leve suspiro depois da movimentação de cores intensas, os ipês-brancos florescem e dão o ar da graça. Os brasilienses precisam ser rápidos, porque as flores duram poucos dias ; normalmente apenas dois. Elas conferem à cidade um clima europeu, apesar do ar seco e quente da capital do país. As árvores do cerrado acompanharam o surgimento e o crescimento de Brasília, já que alguns exemplares foram plantados ainda na época da construção. A natureza espera o fim de setembro para preencher os olhos da população com toda a sua exuberância.
;Não há uma cidade que enquadre melhor o ipê que Brasília;, afirma o analista de comunicação André Martins de Almeida, 35 anos. Ele nasceu em Fortaleza, e vive na capital do país há 21 anos. A árvore também existe na cidade cearense, mas não se destaca como aqui. ;Brasília é diferenciada por ser uma cidade parque. O ipê se tornou uma árvore mais especial, principalmente nessa época do ano, porque floresce no meio do nada. Aqui ainda tem o enquadramento com o céu, o sol e a paisagem;, complementa.
Todos os dias, André pega o metrô em Águas Claras, desce na Rodoviária do Plano Piloto e aluga uma bicicleta para percorrer o caminho até o trabalho. No trajeto, simplesmente se deixa encantar. ;É uma variedade de floração muito grande. Mas o branco é o de que mais gosto;, comenta. Até a semana passada, ele não tinha visto nenhum exemplar, mas esta semana viu um e logo garantiu a foto na Esplanada dos Ministérios. A raridade da espécie é o que mais o atrai. ;Gosto pela especificidade. Além disso, o contraste com o concreto fica bonito;.
Quem percorre as áreas centrais de Brasília, principalmente entre o início da Asa Sul e o fim da Asa Norte, se depara com os frondosos ipês-brancos. Grande parte deles é herança do intenso plantio ocorrido entre 1970 e 1980. Antes de chegar à vida adulta, quando encantam a população e pedem para ser fotografadas, as plantas necessitam de um prazo de aproximadamente cinco anos até se desenvolverem completamente. Em outros casos, porém, é possível que três anos sejam suficientes. No gramado, logo depois do Centro de Convenções Ulisses Guimarães, no sentido de quem vai para o Memorial JK, o brasiliense pode encontrar vários pequenos exemplares. Apesar do tamanho, não perdem a graciosidade. O tempo é fundamental para o ipê crescer e amadurecer a raiz, já que depende do trabalho dela para sobreviver à estiagem.
Cientificamente, o ipê-branco é denominado Tabebuia roseoalba. O nome veio da língua tupi-guarani e o significado é ;madeira que flutua;. Isso porque a casca da árvore é grossa e muito usada nas madeireiras em superfícies que terão contato com a água, por exemplo. Além disso, a árvore tipicamente brasiliense também tem aplicações na ornamentação e na recuperação de áreas degradadas.
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A campanha do Correio Braziliense, lançada em parceria com a TV Globo Brasília, tem registrado os melhores ângulos da árvore mais conhecida ; e, para muitos, a mais bela ; do cerrado. Desde 18 de julho, leitores e telespectadores podem marcar suas imagens. Ao fim, um caderno especial no Correio e um vídeo na TV Globo Brasília vão celebrar aquelas que melhor souberam captar a essência desse símbolo brasiliense.O leitor ou telespectador pode marcar a foto do ipê nas redes sociais de imagens para participar. Além de poder usar a hashtag #BrasiliaCapitaldoIpe. Outro canal é por meio do www.correiobraziliense.com.br/BrasiliaCapitaldoIpe. Aqueles que usam o aplicativo de mensagens WhatsApp também podem mandar as imagens.