Fim de ano, época de celebrar, reunir a família e amigos e exagerar na comida. Os abusos cometidos na ceia e em outras confraternizações, porém, podem resultar em graves problemas de saúde. Um dos mais comuns é a intoxicação alimentar, que, segundo especialistas, não acontece apenas por conta da ingestão de alimentos contaminados. Comer demais, especialmente pratos com muita gordura e açúcar, também desencadeia o desconforto.
;Esse quadro é o que chamamos de diarreia hiperosmolar. Ocorre quando a pessoa não está acostumada a comer excesso de gordura e de doces;, explica Ana Teresa Pugas. De acordo com a gastroenterologista do laboratório Exame, trata-se, de certa forma, de uma rejeição do corpo aos alimentos ingeridos. O próprio organismo estimula a contração intestinal e a diarreia. O paciente pode sofrer também com vômitos, causados pela má digestão. ;O excesso de comida estimula a peristalse (movimento de contração do tubo digestivo para expulsar o seu conteúdo). E o açúcar no intestino leva à diarreia porque esse excesso puxa água do organismo, causando contrações intestinais;, diz Pugas.
A intoxicação tradicional acontece devido à presença de bactérias, como a salmonela. Segundo Pugas, é comum, nesta época do ano, receber no pronto-socorro várias pessoas que estavam na mesma festa. ;Nesse caso, trata-se de um tipo de gastroenterite chamada de autolimitada. O paciente tem intensamente os sintomas, que melhoram sozinhos entre três e cinco dias;, diz.
A endocrinologista Myrna Campagnoli, do laboratório Pasteur, aconselha tomar cuidado com a procedência dos alimentos, já que está cada vez mais comum comprar a ceia pronta. ;Tem que checar se eles foram bem acondicionados durante o preparo e, na hora de servir, garantir que fiquem protegidos de condições que contribuam para a proliferação de bactérias;, orienta.
;Esse quadro é o que chamamos de diarreia hiperosmolar. Ocorre quando a pessoa não está acostumada a comer excesso de gordura e de doces;, explica Ana Teresa Pugas. De acordo com a gastroenterologista do laboratório Exame, trata-se, de certa forma, de uma rejeição do corpo aos alimentos ingeridos. O próprio organismo estimula a contração intestinal e a diarreia. O paciente pode sofrer também com vômitos, causados pela má digestão. ;O excesso de comida estimula a peristalse (movimento de contração do tubo digestivo para expulsar o seu conteúdo). E o açúcar no intestino leva à diarreia porque esse excesso puxa água do organismo, causando contrações intestinais;, diz Pugas.
A intoxicação tradicional acontece devido à presença de bactérias, como a salmonela. Segundo Pugas, é comum, nesta época do ano, receber no pronto-socorro várias pessoas que estavam na mesma festa. ;Nesse caso, trata-se de um tipo de gastroenterite chamada de autolimitada. O paciente tem intensamente os sintomas, que melhoram sozinhos entre três e cinco dias;, diz.
A endocrinologista Myrna Campagnoli, do laboratório Pasteur, aconselha tomar cuidado com a procedência dos alimentos, já que está cada vez mais comum comprar a ceia pronta. ;Tem que checar se eles foram bem acondicionados durante o preparo e, na hora de servir, garantir que fiquem protegidos de condições que contribuam para a proliferação de bactérias;, orienta.
Do porre ao coma
Os exageros gastronômicos costumam ser completos. Além de muita comida, festeiros erram a mão nas bebidas alcoólicas. Elas também provocam intoxicação, desde a mais leve, como a embriaguez, até quadros que colocam em risco a vida, como a intoxicação hepática e o coma. ;Pode acontecer em uma única ocasião dependendo da quantidade ingerida. Além disso, qualquer bebida alcoólica pode gerar a intoxicação. Não se deve confiar naquelas histórias de beber só cerveja porque é menos forte do que os destilados ou não misturar bebidas para não dar problema;, alerta Campagnoli.
Há também o risco de desidratação. Isso porque o álcool requer muita água para ser metabolizado. ;Por isso que a ressaca dá muita sede;, explica a endocrinologista. O excesso de sal causa efeito semelhante. No caso das ceias, a sobrecarga de sódio geralmente está nos aperitivos, que devem ser consumidos com moderação principalmente pelos hipertensos e pelas pessoas com histórico de problemas cardíacos e vasculares. ;O cuidado tem que ser maior por conta do risco de crises hipertensivas e todos os problemas associados a ela, como derrame e infarto;, aconselha.
Diabéticos também fazem parte da lista de convidados sob vigilância redobrada. ;É um período do ano em que a gente brinca que eles acham que ficam imunes, protegidos pelo Natal; diz Campagnoli. A médica afirma que, devido ao excesso de comida, há um aumento na glicemia de todo mundo, mas que, para quem tem esse problema metabólico, as consequências são maiores. ;A imunidade fica mais baixa, deixando a pessoa mais exposta a infecções. Pode aumentar a quantidade de urina, o que faz com que a desidratação piore, evoluindo até para um quadro de coma;, afirma.
Há também o risco de desidratação. Isso porque o álcool requer muita água para ser metabolizado. ;Por isso que a ressaca dá muita sede;, explica a endocrinologista. O excesso de sal causa efeito semelhante. No caso das ceias, a sobrecarga de sódio geralmente está nos aperitivos, que devem ser consumidos com moderação principalmente pelos hipertensos e pelas pessoas com histórico de problemas cardíacos e vasculares. ;O cuidado tem que ser maior por conta do risco de crises hipertensivas e todos os problemas associados a ela, como derrame e infarto;, aconselha.
Diabéticos também fazem parte da lista de convidados sob vigilância redobrada. ;É um período do ano em que a gente brinca que eles acham que ficam imunes, protegidos pelo Natal; diz Campagnoli. A médica afirma que, devido ao excesso de comida, há um aumento na glicemia de todo mundo, mas que, para quem tem esse problema metabólico, as consequências são maiores. ;A imunidade fica mais baixa, deixando a pessoa mais exposta a infecções. Pode aumentar a quantidade de urina, o que faz com que a desidratação piore, evoluindo até para um quadro de coma;, afirma.
Exercícios aliviam
Os efeitos da elevação na taxa de glicose em decorrência da comilança foram alvo de um estudo americano recente. Pesquisadores investigaram os prejuízos gerados em homens jovens e saudáveis após uma semana de abusos. ;Focamos a pesquisa no diabetes tipo 2, que costuma ser resultado de anos de exagero na alimentação e falta de exercício;, explica Jean-Philippe Walhin, um dos autores.
A primeira mudança observada foi a queda da sensibilidade à insulina, que diminui o controle de açúcar no sangue. Os pesquisadores também perceberam que o tecido gordo sofreu alterações genéticas e que carboidratos em excesso foram transformados em gordura devido ao excesso de comida. ;O corpo humano é incrivelmente eficiente em armazenar energia. A gordura é ;guardada; em forma de gordura e os carboidratos, como glicogênio. Quando atinge o limite, tudo que vier depois vira gordura;, afirma Walhin.
Conforme o estudo, a prática de exercícios ajudou a prevenir essas mudanças. ;A saúde dos participantes continuou praticamente a mesma apesar do excesso de comida e do ganho de peso;, diz o pesquisador. Mesmo com os benefícios, Pugas reforça que as atividades físicas não impedem as pessoas de passarem mal em decorrência do excesso de comida. ;Mesmo um atleta não está imune aos exageros. Se ingerir muito álcool, muita gordura e muito doce, ele também vai passar mal.;
A endocrinologista chama a atenção para o fato de que os benefícios são para quem tem o hábito de se exercitar. ;As outras e que, de repente, têm aquele pânico de ;exagerei muito e vou caminhar;, vão ter mais mal-estar porque vão desidratar mais. Acabam tendo alterações de metabolismo e até muscular por conta da atividade iniciada de pronto.;
Pugas reforça que a preocupação com a dieta e a saúde deve durar todo o ano. ;A comida de fim de ano costuma estar carregada de gordura, sal e açúcar. Se é um exagero pontual, não tem tanto problema. Mas, se você come excessivamente sempre, é um problema crônico.;
[SAIBAMAIS] Atenção às alergias
Outra preocupação que deve fazer parte das ceias de fim de ano é com os ingredientes que costumam provocar reações alérgicas. De acordo com a endocrinologista Myrna Campagnoli, há três tipos de alergia alimentar. A mais severa é a respiratória, que fecha a glote. ;Há também a de trato gastrointestinal, que desencadeia um quadro de vômito e diarreia; e a mais branda, a alergia de pele, que causa vermelhidão e coceira;, explica.
Mesmo apresentando riscos, exagerar na comida não gera alergia alimentar. ;Você não passa mal por alergia, acontece porque ingeriu muita gordura e muito açúcar. Mas isso não é uma complicação alérgica;, ressalta Ana Teresa Pugas. A endocrinologista afirma que não existe como saber se uma pessoa terá reação a um determinado alimento até a primeira crise.
Campagnoli explica que a melhor maneira de prevenir os problemas alérgicos é evitar alimentos que já provocaram esse desconforto, mesmo que de forma pouco expressiva. ;As pessoas falam que há anos não comem o alimento que causa alergia e resolvem tentar um pouco para ver o que acontece. Elas acabam passando mal. Não é uma coisa que vai embora, uma vez que a reação a determinado alimento, a princípio, é para a vida toda;, diz. (FF)
A primeira mudança observada foi a queda da sensibilidade à insulina, que diminui o controle de açúcar no sangue. Os pesquisadores também perceberam que o tecido gordo sofreu alterações genéticas e que carboidratos em excesso foram transformados em gordura devido ao excesso de comida. ;O corpo humano é incrivelmente eficiente em armazenar energia. A gordura é ;guardada; em forma de gordura e os carboidratos, como glicogênio. Quando atinge o limite, tudo que vier depois vira gordura;, afirma Walhin.
Conforme o estudo, a prática de exercícios ajudou a prevenir essas mudanças. ;A saúde dos participantes continuou praticamente a mesma apesar do excesso de comida e do ganho de peso;, diz o pesquisador. Mesmo com os benefícios, Pugas reforça que as atividades físicas não impedem as pessoas de passarem mal em decorrência do excesso de comida. ;Mesmo um atleta não está imune aos exageros. Se ingerir muito álcool, muita gordura e muito doce, ele também vai passar mal.;
A endocrinologista chama a atenção para o fato de que os benefícios são para quem tem o hábito de se exercitar. ;As outras e que, de repente, têm aquele pânico de ;exagerei muito e vou caminhar;, vão ter mais mal-estar porque vão desidratar mais. Acabam tendo alterações de metabolismo e até muscular por conta da atividade iniciada de pronto.;
Pugas reforça que a preocupação com a dieta e a saúde deve durar todo o ano. ;A comida de fim de ano costuma estar carregada de gordura, sal e açúcar. Se é um exagero pontual, não tem tanto problema. Mas, se você come excessivamente sempre, é um problema crônico.;
[SAIBAMAIS] Atenção às alergias
Outra preocupação que deve fazer parte das ceias de fim de ano é com os ingredientes que costumam provocar reações alérgicas. De acordo com a endocrinologista Myrna Campagnoli, há três tipos de alergia alimentar. A mais severa é a respiratória, que fecha a glote. ;Há também a de trato gastrointestinal, que desencadeia um quadro de vômito e diarreia; e a mais branda, a alergia de pele, que causa vermelhidão e coceira;, explica.
Mesmo apresentando riscos, exagerar na comida não gera alergia alimentar. ;Você não passa mal por alergia, acontece porque ingeriu muita gordura e muito açúcar. Mas isso não é uma complicação alérgica;, ressalta Ana Teresa Pugas. A endocrinologista afirma que não existe como saber se uma pessoa terá reação a um determinado alimento até a primeira crise.
Campagnoli explica que a melhor maneira de prevenir os problemas alérgicos é evitar alimentos que já provocaram esse desconforto, mesmo que de forma pouco expressiva. ;As pessoas falam que há anos não comem o alimento que causa alergia e resolvem tentar um pouco para ver o que acontece. Elas acabam passando mal. Não é uma coisa que vai embora, uma vez que a reação a determinado alimento, a princípio, é para a vida toda;, diz. (FF)