Jornal Correio Braziliense

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Salário extra a um passo de ser votado



Quase um mês depois de ser aprovado na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), o projeto que prevê o fim dos 14; e 15; salários para deputados federais e senadores vai ser apreciado nesta tarde pela Comissão da Mesa Diretora. Se for aprovada, existe a possibilidade de a matéria seguir hoje mesmo para votação em plenário. No entanto, não há nenhuma garantia oficial.

O senador Waldemir Moka (PMDB-MS), relator do projeto, assegurou, antes da confirmação oficial de que ocorreria a reunião da Mesa, que apresentaria o relatório. %u201CSe tiver mesmo a reunião, vou apresentar o meu parecer favorável à extinção dos salários extras.%u201D O parlamentar acredita que não devem existir obstáculos para aprovação do relatório e salientou que o Senado Federal deve derrubar a regalia.

Na Câmara dos Deputados, seis parlamentares já abriram mão dos salários extras. De acordo com a diretoria-geral da Casa, os últimos a declinarem do benefício foram o líder do PR, Lincoln Portela (MG), Roberto Policarpo (PT-DF) e Erika Kokay (PT-DF). %u201COs cidadãos brasileiros não têm esse privilégio, por que eu, que sou pago por esses cidadãos, vou ter?%u201D, justificou Portela, que protocolou o pedido à suspensão dos pagamentos no dia 13 de março. Anteriormente, outros três parlamentares da Casa já haviam solicitado que os rendimentos adicionais fossem suspensos. Reguffe (PDT-DF), Severino Ninho (PSB-PE) e Carlos Sampaio (PSDB-SP) oficializaram a solicitação logo que assumiram o mandato.

Ao deixar de desembolsar os dois salários, a Câmara economiza mais de R$ 52 mil por ano com cada parlamentar, o que representa R$ 208 mil nos quatro anos de mandato. %u201CNão sou contra quem opta por receber e doar o salário a uma instituição, por exemplo, mas acho que não soa bem. Isso porque, declarando a doação no Imposto de Renda, ele tem abatimentos nos impostos. Prefiro deixar com a Câmara a não correr risco de parecer que estou fazendo média%u201D, comparou Portela. Ao contrário dos deputados, os senadores recebem os extras e não descontam o IR na fonte.