Economia

Banco do Brasil: Data de sucessão ainda não está definida

Rubem Novaes garantiu, por sua vez, que fica na instituição até o momento de passar o bastão

Correio Braziliense
postado em 06/08/2020 13:02
Rubem NovaesApesar de André Brandão do HSBC já ter sido indicado para a presidência do Banco do Brasil (BB); o processo de transição segue lento. Presidente do BB, Rubem Novaes alegou que "oficialmente, nada nos foi informado" e disse que, por isso, ainda não sabe até quando fica na instituição para passar o bastão ao seu sucessor. Ele reforçou, contudo, que está na hora de colocar o Banco do Brasil nas mãos de alguém mais jovem. 

"Meu compromisso é aguardar até que haja a definição do meu sucessor. E não é só a definição. Tem alguns passos para serem tomados até que a pessoa esteja apta a assumir. Estou aguardando", afirmou Rubem Novaes, ao ser questionado sobre o assunto, durante a apresentação dos resultados financeiros da instituição no primeiro semestre deste ano, nesta quinta-feira (06/08).

Sobre o nome do seu sucessor, Novaes ainda alegou que "oficialmente, não nos chegou nada". "A experiência que a gente tem no governo é que, enquanto as coisas não saem no Diário Oficial, às vezes até depois do Diário Oficial, as coisas mudam. Então, enquanto não ficar tudo definido, a gente não vai saber ainda o momento de passar o bastão", brincou.

Muitos nomes, contudo, já foram apontados como o possível sucessor de Novaes, que pediu para deixar a presidência do Banco do Brasil no último dia 24, dizendo que estava cansado do clima político de Brasília, que desejava voltar ao Rio de Janeiro para ficar perto da família e que o BB precisava ser comandado por alguém mais jovem nesse processo de transformação digital.

Muitos dos vice-presidentes do banco que estavam ao lado de Novaes na coletiva desta quinta-feira apareceram na lista de cotados à presidência do BB, assim como o presidente da Caixa, Pedro Guimarães. Porém, depois que sofreu mais algumas baixas na equipe econômica, o ministro da Economia, Paulo Guedes, decidiu buscar alguém no mercado. O presidente do HSBC, André Guilherme Brandão, foi apontado, então, para a presidência do BB.

Em entrevista à TV Record nessa quarta-feira (05/08), Guedes confirmou o nome de Brandão. Ele disse que a indicação foi do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e já foi aprovada pelo presidente Jair Bolsonaro. Afinal, se encaixa no perfil jovem, experiente e focado buscado pelo governo. Guedes alegou, por sua vez, que um contrato como esse não é fechado de um dia para o outro. Por isso, revelou que Brandão só deve estar liberado do HSBC dentro de 30 a 40 dias. 

Rubem Novaes lembrou, por sua vez, que a transição no BB pode ser rápida e garantiu que vai cuidar pessoalmente desse processo, mesmo tendo que ficar mais tempo que o desejado inicialmente em Brasília - no pedido de demissão, Novaes mostrou a intenção de voltar ao Rio já no início deste mês. "Dependendo do tipo de pessoa que venha para cá, pode ser mais rápido ou mais lento esse processo de posse. Mas, até que se chegue à posse, ficarei no posto para passar o bastão", afirmou.

Rio de Janeiro


Novaes também preferiu não cravar qual será o seu destino profissional após a saída do Banco do Brasil, embora tenha deixado claro que lhe agrada a ideia de continuar com assessor especial do ministro Paulo Guedes no Rio de Janeiro, como já foi dito que aconteceria por alguns auxiliares da Economia. "O Paulo gostaria que eu continuasse e eu também. Mas a gente não definiu como se daria essa minha participação na equipe econômica", alegou.

O economista disse, então, que só há duas coisas certas: "a gente vai continuar junto e ele [Paulo Guedes] vai ter que continuar ouvindo meus pitacos" e "eu estou voltando ao Rio". "Quero ficar mais próximo da família e dos netos. Minha base de trabalho vai ser no Rio. Talvez, no futuro, passada essa fase de pandemia, o Paulo retome a agenda antiga dele, que toda sexta-feira passava no Rio, na sede do antigo Ministério da Fazenda. Seria uma ocasião boa para a gente se encontrar toda semana. Mas, em termos de formalização, não tem nada adiantado", comentou. 

Renovação


Rubem Novaes reiterou ainda que o próximo presidente do Banco do Brasil tem que ser "alguém mais jovem, talvez com mais energia para enfrentar os novos tempos". 

"Eu achei que estava na hora de ceder meu lugar a alguém mais jovem, mais ligado à geração digital que eu. Não que o banco não tenha uma performance excelente nessa área, o banco tem se modernizado, tem acompanhado tudo que tem acontecido nesse momento, em termos de inovação bancária. Mas acho que acrescentaria para o banco, nesse futuro de open banking, PIX, competição com bigtechs, parceria com fintechs, ter um executivo mais jovem no meu lugar", defendeu.

O presidente do BB lembrou que está fazendo 75 anos neste mês de agosto e que, por isso, está bem acima da média de idade dos seus pares. Ele contou que, por curiosidade, olhou as idades dos presidentes dos outros bancos brasileiros e percebeu que, depois dele, o mais velho tem 14 anos a menos. 

Saiba Mais

"Candido [Bracher] tem 61 anos e o Itaú prevê que o limite de idade para o presidente é de 62 anos. No Bradesco, está o Octavio de Lazari, com 56 anos; no Santander, o Sergio Rial, com 59 anos. E aqui, no nosso coirmão [a Caixa Econômica Federal], o Pedro Guimarães, com 49 anos. Então, achei que, na vida, a gente tem que saber a hora de parar", contou.

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