Economia

Índice de Preços de Alimentos da FAO avança 1,2% em julho ante junho

O resultado mensal, segundo a FAO, foi impulsionado pelo aumento nos subíndices de óleos vegetais, açúcar e laticínios

O Índice de Preços de Alimentos da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) alcançou média de 94,2 pontos em julho, alta de 1,1 ponto (1,2%) ante junho, o segundo mês consecutivo de crescimento. O resultado mensal, segundo a FAO, foi impulsionado pelo aumento nos subíndices de óleos vegetais, açúcar e laticínios, que compensaram os preços mais baixos nos mercados de carnes. O Índice de Preços para cereais permaneceu estável.

O subíndice de preços dos Cereais registrou média de 96,9 pontos em julho, inalterado em relação a junho e 0,4 ponto (0,4%) acima do verificado em julho de 2019. De acordo com a organização, entre os principais cereais, os preços internacionais do trigo ficaram praticamente os mesmos, enquanto milho e sorgo tiveram avanço acentuado e a cotação do arroz cedeu em julho.

"Apesar do dólar americano mais fraco e das preocupações com as perspectivas de produção na Europa, na região do Mar Negro e na Argentina, a lenta atividade comercial e a expectativa inicial de uma forte recuperação da produção na Austrália, o trigo manteve o valor médio de julho próximo do mesmo nível do mês anterior, quase 2% a mais do que em julho de 2019", destacou a FAO.

Em compensação, o impulso do milho e do sorgo se deve às grandes compras recentes dos produtos norte-americanos pela China, além da queda do dólar.

O levantamento mensal da FAO também apontou que o subíndice de preços dos Óleos Vegetais registrou média de 93,2 pontos em julho, alta de 6,6 pontos (7,6%) em comparação com junho, o maior nível nos últimos cinco meses. "A força contínua do Índice reflete principalmente valores mais firmes para os óleos de palma, de soja e de colza", destacou a entidade.

As cotações internacionais do óleo de palma continuaram subindo bastante em julho, devido à menor produção nos principais países produtores após uma série de inundações decorrentes de fortes chuvas. A entidade acrescentou que a demanda global mais aquecida e a menor disponibilidade de mão-de-obra forneceu um apoio adicional aos preços do óleo. "Os preços internacionais do óleo de soja também aumentaram acentuadamente, principalmente por conta do aperto no fornecimento no Brasil. Os valores do óleo de colza foram sustentados pela nova demanda dos setores de biodiesel e de alimentos na UE", informou a FAO.

Na sondagem mensal da FAO, o subíndice de preços das Carnes apresentou média de 93 pontos em julho, o que indica queda de 1,7 ponto (1,8%) em relação a junho e também queda de 9,4 pontos (9,2%) ante o verificado em julho do ano passado. Conforme a FAO, no mês de julho, as cotações internacionais das carnes suína e bovina continuaram em queda, refletindo as altas disponibilidades de exportação nos principais países produtores, apesar de um aumento na demanda de importação. Por outro lado, "as cotações da carne de aves registraram uma recuperação, após cinco meses de quedas consecutivas, refletindo amplamente os cortes de produção no Brasil, desencadeados por altos custos de alimentação e preocupações com as perspectivas de demanda no futuro", explica a FAO. Já os preços da carne ovina subiram ligeiramente, puxados por uma demanda mais moderada.

O subíndice de preços de Laticínios, por sua vez, registrou média de 101,8 pontos em julho, alta de 3,5 pontos (3,5%) em relação a junho. A média é também 0,7 ponto superior à observado em mesmo mês do ano passado (0,7%) e, pela primeira vez, acima do nível pré-pandemia do coronavírus. Em julho, as cotações internacionais de todos os produtos lácteos subiram, segundo a FAO. "As cotações para o leite em pó, especialmente o integral (WMP), aumentaram devido à forte demanda de importação dos compradores asiáticos, com algumas preocupações quanto a disponibilidade de exportação na Oceania na safra 2020/21", informa a organização.

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A FAO calculou, ainda, que o subíndice de preços do Açúcar ficou, em média, em 76 pontos em julho, alta de 1 ponto (1,4%) em relação a junho. "Aumento dos preços da energia, combinado com perspectivas mais baixas de produção de açúcar devido a uma seca severa na Tailândia, segundo maior exportador de açúcar do mundo, sustentou os movimentos dos preços do açúcar em julho", ressalta a FAO. Segundo a entidade, entretanto, a aceleração na moagem da safra brasileira 2020/21 e a adoção de um mix mais açucareiro pelas usinas limitaram o aumento geral dos preços.