O presidente Jair Bolsonaro afirmou, na manhã desta quarta-feira (5/8), que o governo não consegue prorrogar por “muito tempo” o pagamento do auxílio emergencial. A declaração ocorreu na saída do Palácio do Alvorada, após um apoiador agradecer ao chefe do Executivo pela medida.
“Foi graças ao senhor que não faltou comida na minha casa. Meu auxílio foi aprovado e veio em boa hora, graças ao senhor”, disse o bolsonarista. O chefe do Executivo respondeu: “Começamos a pagar a quarta parcela e tem a quinta, não dá para continuar muito. Por mês, custa R$ 50 bilhões. A economia tem que continuar, e tem alguns governadores que teimam em manter tudo fechado”, justificou Bolsonaro.
Porém, nos bastidores, a informação é de que a equipe econômica estuda a possibilidade de prorrogar novamente o auxílio. A ideia é estender o benefício até o fim do ano, já que a pandemia do novo coronavírus ainda não dá sinais de alívio. Porém, com um valor menor que os R$ 600.
O tempo de duração previsto para o benefício era de três meses, que acabaram sendo prorrogados por mais dois. A proposta inicial de valores sugerida por Bolsonaro era de R$ 200, quantia que chegou a R$ 500 no Congresso e acrescida de mais R$ 100 pelo governo.
Microempresários
Ao ser questionado sobre a eventual prorrogação do auxílio emergencial para microempresários, o presidente repetiu os altos custos e afirmou que o assunto precisa ser tratado com o ministro da Economia, Paulo Guedes. "Não sei dizer, tem que ver com o Paulo Guedes. Nós já gastamos, o Brasil já gastou, eu não, já gastou R$ 700 bilhões com a covid", declarou.
Bolsonaro estava acompanhado do ex-campeão da categoria peso-pena do UFC, José Aldo. No último dia 2, Bolsonaro já havia criticado as medidas restritivas adotadas por prefeitos e governadores no enfrentamento ao covid-19.
Indiretamente, Bolsonaro disse que o mesmo governador que “quebrou seu estado”, agora quer um auxílio emergencial permanente. Na opinião do presidente, a medida “arrebentaria a economia” do país e ele repetiu que custaria R$ 50 bilhões mensais aos cofres públicos.