A instabilidade marcou os mercados financeiros, ontem, dentro e fora do país. O novo estremecimento nas relações diplomáticas entre Estados Unidos e China, o pacote de US$ 1 trilhão do governo americano em estímulos adicionais à economia e as notícias de que, no Brasil, será votado pelo Congresso projeto que limita a 30% os juros do cheque especial e do cartão de crédito derrubaram a bolsa e a cotação do câmbio.
O Ibovespa, que mede o desempenho das principais ações brasileiras, caiu 1,57%, aos 101.216 pontos. E o dólar encerrou a sessão cotado a R$ 5,286 para, em baixa de 0,64%.
“A expectativa de novo corte da Taxa Básica de Juros (Selic), de 0,25%, já está no preço. Mas a questão é o que virá depois. Cada vez que se mexe na Selic, há uma desvalorização forte do real, os investidores se protegem e fogem para mercados mais seguros”, destacou Jason Vieira, economista-chefe da Infinity Asset. Mas, como o dólar vem se deteriorando no mundo inteiro, a tendência, segundo ele, é que feche o ano cotado a R$ 5.
Para Pedro Galdi, analista de investimentos da Mirae Corretora, vale a pena destacar, também, que 2020 é ano de eleição nos EUA. “A tendência é o dólar dar um repique”, diz. E, com isso, deverá encerrar o ano entre R$ 5 e R$ 5,50. A Bolsa de Valores (B3) também deverá fechar em terreno positivo e, para a alegria dos que apostam nos papéis, aos 125 mil pontos. “As ações dos bancos registraram hoje (ontem) perdas, com a previsão de restrição de cobrança na ponta. Mas a economia dá sinais de reação. A produção industrial cresceu 8,9% em junho na comparação com o mês passado”, reforçou Galdi.