A safra de indicadores positivos
Uma leva de indicadores contraria os prognósticos sombrios feitos pelos pessimistas de plantão. Em julho, o Índice de Confiança Empresarial, medido pela Fundação Getulio Vargas, subiu para 87,5 pontos (em uma escala de zero a 200), aproximando-se dos níveis pré-pandemia. No pior momento da crise, em abril, o índice chegou a 55,7 pontos. É cedo para falar na retomada de empregos e investimentos, mas é inegável que os empresários deixaram o desânimo para trás. Não é só. Também em julho, a reabertura econômica levou o setor manufatureiro a ter crescimento recorde. O índice PMI, principal termômetro da atividade fabril, alcançou no mês o maior nível desde 2006, segundo pesquisa da consultoria IHS Markit. Para fechar a série de dados, o mercado reduziu a projeção de queda do PIB em 2020 de 5,77% para 5,66%. Ressalte-se que a situação ainda é grave, mas, ao contrário do que muitos analistas dizem, nem tudo está perdido.
Bolsa brasileira decepciona em ranking mundial
A Bolsa brasileira não é mais a de pior desempenho no mundo em 2020, posição que ocupou durante boa parte do ano. Mesmo assim, não há motivos para comemorar. Em dólar, o índice brasileiro recuou 31% de janeiro a julho –– Colômbia, Ilhas Maurício, Zâmbia e Namíbia conseguiram a proeza de apresentar resultados ainda mais fracos. No câmbio, o real continua líder absoluto no ranking dos fiascos: a moeda brasileira tem queda acumulada de 22% em 2020 em relação ao dólar.
"Fundei a Centauro em 1981. Era uma loja de bairro, com quatro funcionários. Nascemos na crise, com o Brasil no FMI, inflação alta e moratória. E mesmo assim conseguimos”
Sebastião Bomfim, fundador da Centauro
Justiça mantém trabalho remoto na Eletrobras
O que muitos empresários temiam começa a se tornar realidade: a judicialização do trabalho no escritório. A Eletrobras havia determinado que parte de seus funcionários voltasse, ontem, às atividades presenciais no Rio de Janeiro, mas um juiz não autorizou o retorno. Segundo a decisão, “por enquanto, a ciência não trouxe a solução e o retorno de atividades já demonstra que as medidas até aqui adotadas não foram capazes de conter o contágio e o número de mortos”.
Produtividade alta garante mais tempo livre
O aumento da produtividade não é positiva apenas para as empresas. Ela tem se refletido em mais horas livres para as pessoas. Segundo um relatório da corretora XP, no Japão a carga horária de trabalho caiu 10% de 2000 a 2019. Nos Estados Unidos, a queda foi de 3%. Entre os países que integram a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), de 4,5%. Com mais tempo livre, os funcionários reduzem o estresse e desenvolvem menos problemas de saúde –– toda a sociedade ganha.
80%
das empresas americanas tiveram no segundo trimestre resultados melhores do que os projetados pelos analistas. O índice mostra a incrível capacidade de grandes companhias resistirem a crises.
Rapidinhas
» O Itaú Unibanco reabriu o Cubo, espaço em São Paulo para o desenvolvimento do empreendedorismo. Fechado desde março por causa da pandemia, o lugar volta com novidades: um serviço mensal de assinatura de R$ 250 que permitirá aos futuros empresários participar de grupos de conversas e eventos exclusivos do universo das startups.
» A partir de 2021, o uísque Johnnie Walker será vendido também em garrafas de papel. Segundo a Diageo, empresa britânica que detém a marca, o objetivo é aumentar os seus índices de reciclagem. Diversos setores apostam em embalagens feitas de celulose. Companhias como Unilever e PepsiCo possuem projetos avançados na área.
» O Instituto ProPague, criado pela fintech Stone para incentivar estudos sobre inclusão financeira, vai promover a partir de 17 de agosto um curso gratuito focado em open banking. A ideia é apresentar as oportunidades e os desafios para a implementação do open banking no Brasil. As inscrições começaram ontem.
» As vendas para o Dia dos Pais deverão decepcionar. Segundo pesquisa da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), 34% dos brasileiros pretendem gastar menos em 2020 do que no ano passado, enquanto 18% esperam investir mais. Estima-se que 90 milhões de pessoas irão às compras, o que representa uma queda de 9% em relação a 2019.