Está prestes a ser apontado o sucessor de Rubem Novaes, que deixou o cargo na semana passada, na presidência do Banco do Brasil. Após conversas, negociações e acertos entre o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o presidente Jair Bolsonaro, e de sondagens a executivos do mercado que recusaram o convite, as apostas entre os agentes financeiros agora tomam força em torno de André Brandão, presidente do HSBC no Brasil, embora Guedes não assuma publicamente. Quando perguntado, a resposta é de que não fala em nomes porque “pode atrapalhar”, mas garante que a indicação pode sair “em um dia, três ou um pouco mais de dias".
De acordo com a colunista Sonia Racy, subiram para 98% as chances de Brandão assumir o BB. Conhecido no mercado, ele está à frente do HSBC desde 2012. A demora para tomar posse seria porque ele ainda tem que cumprir a burocracia de desincompatibilização da presidência do banco privado. Com a escolha de Brandão, Guedes consegue seu objetivo: a contratação de alguém com perfil semelhante ao do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que também deixou a iniciativa privada para entrar no governo.
Desde quando foi anunciada de demissão de Novaes, são fartos os boatos sobre o substituto. No início da semana, o nome de Conrado Engel, ex-presidente do HSBC e ex-vice-presidente do conselho de administração do Santander, era tido como certo. Houve informações de que Engel já estaria sendo analisado pela Casa Civil. O órgão estaria fazendo uma varredura na vida do executivo. Chegou a interagir com Guedes. Mas ainda faltavam alguns detalhes. Principalmente, aval de Bolsonaro, sinalizavam os comentários.
O baixo salário - de R$ 68,8 mil, que pode dobrar com parte da renda variável – também foi apontado como uma dificuldade a mais para Guedes trazer para dentro do governo altos executivos do setor privado. Mas o ministro tem pressa e as sondagens não pararam. Quanto mais demorar a escolher o substituto de Novaes, corre mais risco de ter que ceder à gula do centrão, que já indicou ao Palácio do Planalto que ficaria muito satisfeito com a presidência do BB. A voracidade do centrão, mesmo menor, sem o MDB e o DEM, continua enorme.