Economia

Petrobras tem prejuízo de R$ 2,7 bilhões no segundo trimestre

No ano passado, teve lucro de R$ 18,8 bilhões no mesmo período. No primeiro trimestre a perda foi de R$ 48,5 bilhões. Em 2020, acumula perda de R$ 51,2 bilhões

A Petrobras registrou prejuízo de R$ 2,7 bilhões no segundo trimestre de 2020. A estatal divulgou o resultado financeiro nesta quinta-feira (30/7). No ano passado, teve lucro de R$ 18,8 bilhões no mesmo período. No primeiro trimestre deste ano, no entanto, a perda foi de R$ 48,5 bilhões. Em 2020, acumula perda de R$ 51,2 bilhões ante lucro acumulado de R$ 22,9 bilhões no mesmo período do ano passado.

O resultado veio menos pior que o projetado pelo mercado. Os bancos esperavam prejuízo entre R$ 8,5 bilhões a R$ 23 bilhões, essa última estimativa feita pelo Credit Suisse. Segundo a estatal, o prejuízo só não foi maior porque teve ganho de R$ 10,9 bilhões referente à exclusão do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) da base de cálculo do PIS/Cofins entre outubro de 2001 e junho de 2020. Após decisão favorável da Justiça Federal, a empresa terá R$ 16,9 bilhões a receber por conta disso.

“Nossa capacidade de reação e nossa estratégia têm se mostrado eficazes no enfrentamento dessa crise e da consequente recessão global. Seguiremos trabalhando e tomando as decisões necessárias para tornar a Petrobras uma empresa ainda mais resiliente e geradora de valor”, comentou a diretora executiva Financeira e de Relacionamento com Investidores, Andrea Almeida.

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Além disso, a empresa disse que não houve novas baixas contábeis, como no primeiro trimestre deste ano. “Excluindo esses fatores, o resultado teria sido pior devido aos impactos da covid-19 em nossas operações, com reflexo nos preços, margens e volumes”, informou. O lucro também foi afetado porque as despesas de vendas subiram 14% devido à desvalorização cambial e aos maiores custos logísticos. 

“Mesmo em um cenário desafiador como o segundo trimestre de 2020, a Petrobras conseguiu apresentar sólidos resultados em função de decisões ágeis tomadas logo no início da crise. A companhia fechou o trimestre com Ebitda recorrente de US$ 3,4 bilhões e fluxo de caixa livre de US$ 3,0 bilhões. Números que mostram que, mesmo com redução de 42% no preço do barril de petróleo (Brent) e queda na demanda interna por derivados no período, a companhia seguiu firme em sua operação e com caixa para garantir sua liquidez”, informou em relatório.

O documento destacou que o resultado líquido da companhia reflete também o impacto da crise, das indenizações dos Programas de Desligamento Voluntário (PDVs) e Programa de Aposentadoria Incentivada (PAI) e do resultado financeiro, com prejuízo líquido recorrente de US$ 2,5 bilhões. “Nesse cenário desafiador, a Petrobras conseguiu fechar o trimestre com uma dívida bruta de US$ 91,2 bilhões, um aumento de apenas US$ 2,0 bilhões em relação ao trimestre anterior.”

O movimento, segundo a companhia, foi importante para reforçar o caixa e garantir liquidez para enfrentar o momento de maior volatilidade. “A partir do segundo semestre, a companhia já começa o pré-pagamento de linhas de crédito rotativas para que o caixa se aproxime aos patamares pré-crise.  No último dia 27, por exemplo, realizou o pré-pagamento de US$ 3,5 bilhões, do total de US$ 8 bilhões das linhas de crédito compromissadas.”