Economia

Espera por pacote dos EUA anima e Ibovespa retoma os 103 mil pontos

A expectativa de apresentação ainda nesta segunda-feira, 27, de um novo pacote, estimado no valor de US$ 1 trilhão nos Estados Unidos, pode amenizar as preocupações dos investidores com os impactos sobre a retomada econômica global do avanço dos casos de coronavírus, que já estão perto dos 16 milhões no mundo, e da tensão entre EUA e China. "Os mercados seguem respondendo aos estímulos e aos novos que poderão vir", diz Fernando Barroso, diretor da CM Capital Markets. Apesar do otimismo, pondera que essas ajudas podem ser insuficientes para socorrer as economias, dadas as enormes incertezas relacionados ao novo coronavírus. "Devem seguir com muita instabilidade até que o problema seja estancado", avalia. Além disso, novos sinais de retomada da economia chinesa sustentam os ganhos, sobretudo de ações ligadas a commodities metálicas na B3, já que o país asiático é um dos principais parceiros do Brasil. Usiminas PNA (4,11%), Gerdau Metalurgia PN (3,68%) e Gerdau PN (3,44%) ocupavam a lista das maiores variações no Ibovespa. Vale ON avançava 1,40%, enquanto Pebrobras PN (-0,66%) e ON (-0,69%) era contraponto. Às 11h07, o Ibovespa tinha alta de 1,22%, aos 103.627,75 pontos. Em Nova York, os ganhos eram de 0,36% (Dow Jones), 0,51% (S&P 500) e de 1,15% (Nasdaq). Na sexta, o Ibovespa subiu 0,09%, aos 102.381,58 pontos. Em junho, o lucro das grandes empresas industriais da China subiu 11,5%, ante junho, e teve o maior aumento em mais de um ano. Já na Alemanha, o índice de sentimento das empresas cresceu a 90,5 pontos em julho, após 86,3 pontos em junho. Apesar da alta do Ibovespa, em uma semana repleta de dados e balanços considerados importantes pelo mercado, o investidor ainda pode adotar alguma cautela até que essas divulgações saiam. Uma das principais informações a serem conhecidas será a decisão do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos), na quarta-feira. A estimativa é de que a autoridade monetária deixe a taxa de juros no atual nível, mantendo uma postura mais 'dovish', estima o economista-chefe da Necton, André Perfeito. Enquanto a maioria das bolsas europeias cai, Nova York sobe. Às 11h18, o Ibovespa tinha alta de 1,30%, aos 103.712,23 pontos. Já ativos tidos como mais seguros estão com elevação firme, caso do ouro. Este quadro externo inseguro, avalia em nota o economista Silvio Campos Neto, sócio da Tendências Consultoria Integrada, deve manter o contexto volátil. Nesta segunda, os EUA fecharam seu consulado em Chengdu, China, após ordenamento do país asiático. Na semana passada, o governo norte-americano exigiu o fechamento das operações do consulado chinês em Houston (Texas). Washington acusa os chineses de espionagem, enquanto a China alega que os EUA vêm interferindo em seus assuntos internos. Além de balanços de companhias como Facebook, Apple e Amazon, no exterior, internamente também haverá resultados de peso para a B3, caso de Bradesco, Vale e Petrobras do segundo trimestre, que serão um termômetro relevante para medir os impactos da covid-19 e mais ainda mostrar como as empresas irão se adequar no pós-pandemia. No Brasil, a comissão mista da reforma tributária deve ser retomada na quinta-feira, enquanto hoje, o investidor avalia as novas baixas no governo, com a saída de Rubem Novaes, do Banco do Brasil, e de Caio Megale da diretoria de programas da Secretaria Especial de Fazenda do Ministério da Economia. Entretanto, esses assuntos, segundo operadores, não influencia nos preços dos ativos. "É ruim porque gera crítica ao Executivo, que tem tido várias baixas recentemente", diz uma fonte de renda variável.