Economia

Tesouro zera taxa para aplicação até R$ 10 mil

O Tesouro Nacional e a Bolsa de Valores (B3) vão zerar a taxa de custódia (que incide sobre os valores aplicados) para investimentos até R$ 10 mil, a partir de 1º de agosto. O fim da cobrança, que era de 0,25%, tem como objetivo, de acordo com o subsecretário da Dívida Pública do Tesouro, José Franco, adaptar o Programa Tesouro Direto, de títulos públicos do governo, à baixa taxa Selic, atualmente em 2,25%. A medida vale somente para o Tesouro Selic e beneficiará todos que investem nesses papéis.

A medida, de acordo com os dados do Tesouro, vai isentar de tarifa mais de 53% dos investidores ativos do programa, hoje com cerca 1,3 milhão de pessoas. Mas quem tem mais dinheiro aplicado também vai se beneficiar. “Para ilustrar o efeito da alteração, considere três investidores: um com R$ 9 mil, outro com R$ 11 mil e um terceiro com R$ 20 mil aplicados em Tesouro Selic. O primeiro ficará totalmente isento de taxa. O segundo só terá custo da taxa de custódia sobre o valor de R$ 1 mil que excede os R$ 10 mil. O terceiro pagará taxa dos R$ 10 mil excedentes”, explicou Franco.

Em uma videoconferência com investidores e com Felipe Paiva, diretor de Relacionamento com Corretoras, Bancos de Investimento e Serviços Qualificados da B3, Franco explicou que atendeu ao pedido de investidores, e promoveu uma “adaptação ao novo normal, para resgatar a competitividade do Tesouro Selic” no momento em que o programa completa 18 anos. “A taxa de custódia estava pesando no Tesouro Selic”, admitiu. Ele citou, como exemplo, títulos prefixados com vencimento em 2026, que dão retorno, no momento, de 6,16% ao ano.

“Nesse caso, a rentabilidade bruta –– sem desconto do Imposto de Renda –– é maior e justifica a taxa. Mas, no momento em que vivemos, que fez com que os investidores saíssem da zona de conforto para buscarem outra opção, é importante manter corrigida a reserva de emergência”, afirmou Franco. Ele lembrou, também, que os investidores estão contribuindo para o crescimento do país, na medida em que, com educação financeira e migrando para o mercado, vão ajudar a capitalizar as empresas.



53%
dos investidores em Tesouro Direto, cerca de 1,3 milhão de pessoas, serão beneficiados pela medida