Economia

Indicadores apontam retomada

O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, reforçou ontem que a economia brasileira apresenta sinais de recuperação da crise do novo coronavírus. E disse que, por isso, o impacto sobre o Produto Interno Bruto (PIB) não será tão grande quanto os 6,4% projetados pela autoridade monetária, no último Relatório Trimestral de Inflação (RTI).

Durante uma live da qual participou, Campos Neto disse que a perspectiva de queda de 6,4% do PIB de 2020 foi calculada em um cenário de “grande incerteza” e tem sido sucedida por indicadores que mostram para o início de uma “volta em V” da economia brasileira. Por isso, garantiu que “-6,4% é um número pessimista, acho que tem uma assimetria para melhor”, afirmou.

O presidente do BC não deu, contudo, nenhuma pista de qual deve ser a próxima projeção da autoridade monetária para o PIB em 2020. Ele explicou que o desempenho da atividade econômica no ano estará muito atrelado ao PIB do segundo trimestre, que ainda não foi divulgado pelo IBGE, e vai mostrar o real tamanho da crise causada pela pandemia.

Ele admitiu, contudo, que “a queda foi muito intensa” nesse período, devido às restrições impostas pelo novo coronavírus. “A queda foi, de fato, muito abrupta, porque foi como um coma induzido. De repente, desligou tudo. E não teve nenhuma experiência parecida na história”, explicou.

Campos Neto ainda reconheceu que o início da recuperação foi acelerado e desigual, pois comércio e indústria apresentaram resultados positivos em maio, mas serviços, não. “Os serviços têm uma volta mais lenta, mas teve alguns componentes da PMS (Pesquisa Mensal de Serviços) que decepcionaram um pouco”, disse. E explicou que os agentes econômicos esperavam a queda dos serviços prestados às famílias, mas foram surpreendidos com uma contração dos serviços de empresas de tecnologia. (MB)