Economia

União mapeia repasses a estados e constata que envios superam perdas

De acordo dados do governo, apenas as transferências da União previstas na Lei Complementar 173 somaram R$ 9,2 bilhões até junho, enquanto perdas de receita com ICMS e IPVA somaram R$ 7,2 bilhões

Correio Braziliense
postado em 22/07/2020 17:12
Fachada do Ministério da EconomiaAs transferências do socorro financeiro da União aos estados já superaram as perdas de arrecadação com tributos, de acordo com levantamento do Ministério da Economia divulgados nesta quarta-feira (22/7).

De acordo com levantamento da pasta, no acumulado do ano até junho, a arrecadação dos estados com Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) estava 3,5% abaixo da recolhido no mesmo período de 2019,  totalizando uma diferença aproximada de R$ 7,1 bilhões. Enquanto isso, apenas a transferência de prevista na Lei Complementar 173, aprovada em no fim de maio pelo Congresso, os repasses da União, de R$ 9,2 bilhões, já superaram essas perdas, apontou o diretor da Secretaria Especial de Fazenda, Caio Megale, durante a apresentação do painel sobre acompanhamento do suporte aos entes federados.

“A ideia desse acompanhamento de dados é mostrar a dimensão da queda de arrecadação, incluindo o período mais grave, e mostrar que a transferência de recursos tem sido suficiente para preservar a queda de receita dos estados”, afirmou Megale, durante a apresentação do painel de acompanhamento dos estados durante a entrevista coletiva sobre o terceiro relatório bimestral de avaliação de receitas e despesas do Ministério da Economia.

O técnico lembrou que os estados ainda tiveram o adiamento do pagamento de R$ 6,1 bilhões da dívida com a União. Ao todo, conforme os dados da pasta, os recursos da União aos estados somaram R$ 20,2 bilhões neste ano, enquanto as perdas de arrecadação na comparação com o mesmo período de 2019, somaram R$ 7,2 bilhões. 

Contudo o painel ainda mostra que Ceará, Pernambuco, Paraná, Rio de Janeiro e Rio Grande do Norte foram os estados com maior insuficiência de recursos. Ou seja, a queda na arrecadação foi superior ao que eles receberam de suporte previsto pela Lei Complementar 173.

O secretário do Tesouro Nacional, Bruno Funchal, destacou que o painel tem como objetivo dar mais transparência para a alocação de recursos. Ele lembrou que que a arrecadação dos impostos dos estados tem melhorado a partir de junho após a forte retração nos meses anteriores. “A queda nas emissões das notas fiscais eletrônicas, no início da pandemia, chegou a 30%, mas, hoje, na média móvel, há uma redução de 5%, com tendência de melhora”, destacou.

Saiba Mais

A Lei Complementar prevê um pacote de socorro aos estados e municípios de R$ 101,6 bilhões, incluindo renegociação de dívidas com a União e órgãos multilaterais e instituições financeiras. Desse montante, estão previstos  o repasse de R$ 60,2 bilhões em quatro parcelas. Duas foram pagas, segundo o secretário especial de Fazenda, Waldery Rodrigues, de forma “operacionalmente perfeita”. “Apenas dois municípios não receberam a segunda parcela num universo de 5.570 cidades”, afirmou.

Ao ser questionado sobre críticas de secretários de Fazenda de que os repasses não são suficientes, Waldery se defendeu afirmando que a União também está em emergência fiscal, pois as contas públicas estão no vermelho desde 2014. “A federação precisa de uma nova formatação das contas públicas e precisamos caminhar no sentido de equilíbrio fiscal”, afirmou.

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