Economia

Relatório prevê rombo de R$ 787,4 bilhões nas contas do governo central

Expectativa para o deficit primário cresce em relação ao estimado no relatório do segundo bimestre, de R$ 540,5 bilhões, mas é levemente menor do que a estimativa feita pelo Tesouro no início do mês, de R$ 795,6 bilhões

Mesmo mantendo a previsão de queda do Produto Interno Bruto (PIB) de  2020 em 4,7%, o governo não conseguiu evitar uma piora nas contas públicas, conforme o relatório bimestral de avaliação de receitas e despesas, divulgado nesta quarta-feira (22/07), pelo Ministério da Economia.

A estimativa para o de rombo deste ano nas contas do governo central, que inclui Tesouro Nacional, Banco Central e Previdência Social, passou de R$ 540,5 bilhões, no relatório do segundo bimestre, para R$ 787,4 bilhões, na avaliação do terceiro bimestre.
 
Essa nova expectativa, no entanto, ficou levemente abaixo do rombo projetado pelo Tesouro no início do mês, considerando uma projeção de retração de 6,5% no PIB deste ano. Com esse parâmetro, o deficit primário estimado para o governo central era de R$ 795,6 bilhões, o equivalente a 11,5% do PIB, conforme dados divulgados em 2 de julho no balanço das medidas adotadas pelo governo para combater o impacto da pandemia de covid-19.

Mais cedo, em uma teleconferência da Tullett Prebon Brasil, o secretário do Tesouro, Bruno Funchal, disse que o rombo das contas do governo central deveria ficar em torno de R$ 800 bilhões, ou 12% do PIB.

Saiba Mais

De acordo com os dados do novo relatório, a projeção do PIB nominal, passou de R$ 7,145 trilhões para R$ 7,174 trilhões no terceiro bimestre. O governo piorou a previsão de queda na massa salarial, de 2,9% para 3,7% na mesma base de comparação. Já a estimativa para a inflação oficial, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), passou de 1,8% para 1,6%. O governo ainda melhorou a previsão para o preço do barril de petróleo, de US$ 35,7 para US$ 41,9, o que ajuda a melhorar a estimativa de receita com royalties da commodity.