"A perspectiva é melhor", avaliou. "Tivemos uma queda muito abrupta e muito rápida da atividade econômica, por isso a tendência em um primeiro momento é de um retorno rápido também. Nos índices de confiança de alta frequência, já vemos uma recuperação grande", afirmou, em videoconferência organizada pelo jornal Valor Econômico.
Campos Neto citou ainda dados sobre o consumo de energia e a arrecadação de tributos que indicam uma recuperação da economia a partir de junho. "Grande incerteza é o número do 2º trimestre. É ele que vai ditar PIB este ano. Desde o último Relatório de Inflação, os indicadores têm confirmado essa recuperação", completou.
O presidente do BC voltou a estimar uma recuperação em forma de "V aberto" após um começo de retomada em "V". "Uma das coisas que determina se ângulo do V é mais inclinado ou não é o crédito E temos feito um grande esforço para este canal de crédito continuar funcionando", concluiu.
Desmembramento
Campos Neto disse que apesar da recuperação no comércio e na indústria, o setor de serviços segue bastante afetado pela crise decorrente da pandemia de covid-19. "Quando desmembramos crescimento, varejo e indústria já tiveram uma retomada forte, enquanto os serviços ainda apresentam queda. Não esperávamos que serviços ligados a tecnologia fossem cair", afirmou, na videoconferência.
Campos Neto destacou ainda a importância para a retomada da economia do auxílio emergencial de R$ 600 pagos mensalmente pelo governo a trabalhadores informais e desempregados. "Com as últimas duas parcelas de R$ 600, houve recomposição alta de renda. A categoria muito de baixo teve recomposição de 250% da renda com auxílio do governo", completou.