Economia

Operadoras de telecomunicações aderem ao cadastro positivo

Iniciativa permite que os clientes das prestadoras também tenham suas informações incluídas

As operadoras de telecomunicações passaram a fazer parte do Cadastro Positivo. Com isso, o cliente dos serviços de telecom (celular, internet, telefonia e TV por assinatura) poderá passar a incluir esses dados em seu histórico do cadastro positivo, o que facilita a obtenção de crédito mais justo e com menos burocracia para quem tiver costume de pagar suas contas regularmente. A adesão do setor de telecom será formalizada nesta sexta-feira (17/7) por meio de memorando de entendimento assinado entre o presidente executivo do SindiTelebrasil, Marcos Ferrari, representando as operadoras, e o presidente da Associação Nacional do Bureaus de Crédito (ANBC), Elias Sfeir.

As empresas de telecomunicações serão as primeiras, após as instituições financeiras, a compartilhar essas informações com os birôs de crédito operadores do Cadastro Positivo (Boa Vista, Quod, Serasa e SPC), e a expectativa é que o processo tenha início no final de setembro. A entrada do segmento de telecom no banco de dados tende a promover a inclusão de muitos brasileiros que não têm conta bancária, e estão fora do mercado de crédito por falta de informações para avaliação, além de significar um avanço para as ferramentas de análise de crédito.

“A capilaridade do setor de telecom, presente em todas as camadas da sociedade, nos permite contribuir com essa iniciativa para facilitar a vida dos brasileiros, especialmente daqueles que têm histórico de bom pagador”, afirmou Ferrari, lembrando que o setor de telecom tem hoje cerca de 200 milhões de acessos pós-pagos, considerando todos os serviços. “A nota de crédito, calculada pelo birô com base nos dados enviados pelas fontes, é resultado de uma análise dos hábitos de pagamento e do relacionamento de empresas e consumidores com o mercado. Quanto mais informações chegarem ao banco de dados do cadastro positivo, mais benefícios para os credores, os tomadores de crédito, economia e bem estar social”, observou Sfeir.

“É muito difícil encontrar um mercado de crédito que funcione a contento sem um histórico de informação sobre os tomadores de crédito compartilhado com todos os potenciais credores. O Cadastro Positivo traz compartilhamento seguro da informação, o que, pela experiência internacional, fará as taxas de juros caírem”, avaliou o diretor de Organização do Sistema Financeiro e Resolução do Banco Central (BC), João Manoel Pinho de Mello.

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“O compartilhamento dessas informações irá ajudar aquelas pessoas que não têm acesso ao crédito. Milhares de pessoas no Brasil ainda não estão bancarizadas, mas pagam suas contas de telefone em dia. Essas informações, ao serem incluídas nos cadastros, ajudam a diminuição da assimetria de informações e permitem a universalização da concessão de crédito de forma equilibrada e de qualidade”, comentou o diretor de Regulação do Banco Central, Otávio Damaso.

Segundo o SindiTelebrasil, o processo de envio dos dados aos birôs de crédito foi desenhado para garantir a segurança do processo, em todas suas etapas, assim como a correta interpretação das informações, beneficiando os consumidores que agora poderão contar com esses dados em seus históricos do cadastro positivo. A estimativa é que em até 90 dias essas novas informações estejam disponíveis.