Economia

Gasolina tem 10º aumento este ano

Petrobras anunciou reajuste de 4% para o combustível, e de 6% para o diesel. Em julho, as bombas nos postos de abastecimento já tiveram duas remarcações de preço - e uma terceira está por vir. Postos de Brasília já vendem o litro por R$ 4,25

Correio Braziliense
postado em 17/07/2020 04:06
Postos dizem que não têm repassado custos, mas consumidores reclamam dos frequentes reajustes no preço dos combustíveis

A Petrobras anunciou, ontem, mais um reajuste no preço dos combustíveis nas refinarias. A gasolina teve aumento de 4% e o diesel, de 6%. Com o novo reajuste, o 22º no ano, sendo a 10ª elevação, o litro da gasolina passa a custar R$ 1,725 nas refinarias, a partir de hoje. É o terceiro aumento seguido em julho. Desde 7 de maio, o combustível tem subido todas as semanas.

O último aumento do diesel, de 6%, foi anunciado em 1º de julho, quando passou a custar, para as distribuidoras, R$ 1,72 por litro. Com o novo reajuste, o litro vai a R$ 1,82. Segundo a estatal, este ano, foram 16 reajustes no diesel, sendo cinco aumentos e 11 reduções de preço.

 O estudante e morador da Asa Norte Gabriel Alves, 24 anos, não vem utilizando o carro por causa da pandemia. Ele acha injustos tantos reajustes em um momento de queda no consumo. “É complicado para todos. Porém, é pior pra quem precisa sair para trabalhar e quer evitar transporte coletivo”, disse. 

O mestre de obras João Martins, 56, morador de Taguatinga, afirmou que a gasolina estava com preços baixos no início da pandemia, mas voltou a encarecer com a abertura do comércio. “Antes, estava barata e tinha pouca gente na rua. Hoje, com a volta de muitos ao trabalho, os preços subiram. É um absurdo”, desabafou. 

O presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis e de Lubrificantes (Sindicombustíveis), Paulo Tavares, disse que os aumentos ainda não estão sendo repassados às bombas. “Já tivemos dois aumentos no mês, vai ter mais um hoje e nenhum revendedor está repassando”, garantiu. 

 Segundo ele, os postos não têm como prever se haverá um movimento de alta. “Se o meu vizinho não repassa, eu também não repasso. Há medo de aumentar o combustível e perder clientes. Estamos com prejuízo cada vez maior. Vamos para o quarto aumento seguido sem repassar para o consumidor.”

No Plano Piloto, o litro da gasolina já está acima de R$ 4. Em alguns postos, como no Setor de Indústrias Gráficas, o valor chega R$ 4,25. Em Ceilândia, há postos vendendo à vista por R$ 3,78. A média, contudo, está em R$ 3,99.

(Colaborou Thalyta Guerra*) 
*Estagiários sob supervisão de Odail Figueiredo



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