Economia

América Latina: 44 mi sem emprego

A Comissão Econômica para a América Latina (Cepal) revisou as simulações de crescimento econômico da América Latina e Caribe para 2020. Em consequência dos efeitos da pandemia do novo coronavírus, a contração se aprofunda e a região pode sofrer um tombo de 9,1%, em 2020. A queda será tão grande que haverá um retrocesso de 10 anos nos níveis de renda por habitante, para os registados em 2010, além de aumento do desemprego e dos níveis de desigualdade. Com a nova estimativa, o número de desempregados chegaria a 44,1 milhões de pessoas, o que representa um aumento de quase 18 milhões com relação ao nível de 2019 (26,1 milhões de desempregados).
De acordo com a Cepal, tanto os choques externos quanto os internos se tornaram mais fortes do que o previsto em abril, o que levou a uma mudança para baixo nas projeções. Alicia Bárcena, secretária-geral da Cepal, destacou que a região se encontra, hoje, no epicentro da pandemia e, enquanto alguns governos começaram a reduzir as medidas de contenção, outros tiveram até que intensificá-las, devido ao aumento persistente dos casos diários da doença.


A atividade econômica no mundo está caindo mais do que o previsto há alguns meses, como consequência da crise causada pela pandemia e, com isso, aumentam os impactos externos negativos na América Latina e no Caribe por meio do canal comercial, de termos de troca, de turismo e de remessas, apontou relatório especial da Cepal, intitulado Enfrentar os efeitos cada vez maiores da covid-19 para uma retomada com igualdade: novas projeções, que foi apresentado, ontem, por Alicia Bárcena, em coletiva de imprensa virtual, a partir de Santiago, Chile.


Segundo o relatório, dado que tanto o choque externo quanto o interno se intensificaram, a região apresentará uma queda do Produto Interno Bruto (PIB) de 9,1% em 2020, com diminuições de 9,4% na América do Sul, 8,4% na América Central e México, e 7,9% no Caribe excluindo a Guiana, cujo forte crescimento leva o total sub-regional a uma menor contração (de 5,4%). O documento afirma que a queda na atividade econômica é de tal magnitude que, até o fim de 2020, o nível do PIB per capita da América Latina e do Caribe será similar ao observado em 2010, ou seja, haverá um retrocesso de 10 anos nos níveis de renda por habitante.