Com isso, o Ibovespa perdeu um pouco o ímpeto, aos 100.901,97 pontos, em elevação de 0,46%, após máxima aos 101.760,25 pontos.
Porém, o investidor ficará de olho nos novos ruídos comerciais entre EUA e China, bem como nas discussões internas sobre o desmatamento na Amazônia. Ontem, o presidente Donald Trump assinou a legislação que pede sanções a autoridades e entidades da China envolvidas na aplicação da nova lei de segurança nacional em Hong Kong.
Nesse ambiente, o principal índice à vista deve testar novas marcas, após retomar os 100 mil pontos ontem, quando fechou aos 100.440,23 pontos, tendo chegado à máxima aos 100.632,06 pontos. Contudo, um pouco de instabilidade não está descartado, por conta do vencimento de opções sobre Ibovespa nesta quarta-feira, o que deve permitir um volume robusto, em relação à média diária, de menos de R$ 30 bilhões.
"Como normalmente acontece, deve gerar volatilidade, mas sem perder o viés positivo", diz Bruno Komura, gestor da Ouro Preto Investimentos.
Além da reação dos mercados à notícia de que a farmacêutica americana Moderna vem obtendo êxito em seus testes para descobrir uma vacina contra a covid-19, o analista cita ainda os bons resultados trimestrais de empresas informados até o momento nos EUA.
Hoje, o Goldman Sachs divulgou que seu lucro líquido foi de US$ 2,42 bilhões no segundo trimestre, ou US$ 6,26 em termos ajustados por ação, superando as expectativas. "Isso reforça a expectativa de um potencial de recuperação de forma mais rápida da economia", afirma. Já a Moderna anunciou no fim da tarde de ontem que sua possível vacina para a covid-19 produziu anticorpos em todos os pacientes testados. Agora, a empresa pretende promover um teste mais amplo.
Contudo, o gestor observa que a eventual descoberta de uma vacina não deve resolver os problemas no pós-pandemia. Segundo ele, será preciso acompanhar os efeitos que ainda serão notáveis nas economias, como essas irão se recuperar e em que nível. No Brasil, a promessa do presidente da Câmara dos Deputados(DEM-RJ), de retomar hoje a discussão da reforma tributária, é apontada por muitos como uma pauta importante para a recuperação econômica. "A reforma é o melhor jeito de resolver a questão fiscal de forma estrutural", afirma o gestor.