Economia

'Impossível dizer quanto tempo vai durar', diz Guedes sobre pandemia

Na OCDE, o ministro justificou essa incerteza ao fato de que a decisão sobre o confinamento social foi delegada a estados e municípios no Brasil

O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta segunda-feira (13/07) que é "impossível dizer quanto tempo vai durar" a pandemia do novo coronavírus. Isso porque o Brasil é um país continental, em que a decisão sobre a necessidade do isolamento social foi descentralizada para os estados e municípios.

"No Brasil, a decisão sobre o confinamento social foi descentralizada. Prefeitos e governadores que tomam a decisão de quando vão reabrir a economia novamente. [...] Esse processo descentralizado de decisão sobre o confinamento não permite avaliar quanto tempo dura ainda", disse Guedes, durante a Cúpula Ministerial sobre Inclusão Social da OCDE para a América Latina e o Caribe.

Discursando para chefes de estado de vários países latino-americanos e para a OCDE, o ministro da Economia afirmou que algumas regiões brasileiras já contam com imunidade de rebanho contra o novo coronavírus, mas também admitiu que em outras regiões a doença ainda está crescendo. Por isso, disse ser impossível dar uma previsão para o fim da pandemia de covid-19 no Brasil.

"Há estados em que o confinamento social foi limitado e a pandemia avançou rapidamente. Houve grande mortalidade e os sistemas de saúde foram pressionados, às vezes faltava atendimento. E agora são os estados onde a doença está caindo mais rapidamente. E nas cidades que foram mais cuidadosas, mantendo o confinamento social, a doença não avançou tão rapidamente, mas está demorando mais a se estabilizar. Está chegando no platô agora e vai ficar um bom tempo", afirmou.

Guedes garantiu, por sua vez, que o governo brasileiro está trabalhando para oferecer as condições de uma volta segura ao trabalho assim que o confinamento for sendo reduzido nos estados e nos municípios. Para isso, o ministro disse que o governo está trabalhando em programas de crédito, que vão oferecer o capital de giro necessário à retomada das atividades empresariais; e também em programas de assistência social e incentivo ao emprego.

Na OCDE, o ministro da Economia voltou a dizer que a ideia do governo de Jair Bolsonaro é unificar as políticas sociais do governo em um único programa. Batizado de Renda Brasil, o programa deve atender a população mais pobre com a renda básica e também os trabalhadores informais que hoje estão recebendo o auxílio emergencial de R$ 600. 

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Para esses trabalhadores, segundo Guedes, devem ser oferecidos meios de formalização como treinamentos, microcrédito e um Imposto de Renda negativo. Além disso, o ministro tem prometido a redução dos encargos trabalhistas e dos tributos que incidem sobre a folha de pagamento para tentar ampliar a geração de empregos formais no pós-pandemia. "Nossa saída da crise prevê são só a melhoria da assistência social, mas também uma rampa de ascensão social em direção ao mercado formal", disse Guedes na OCDE.