"No Brasil, a decisão sobre o confinamento social foi descentralizada. Prefeitos e governadores que tomam a decisão de quando vão reabrir a economia novamente. [...] Esse processo descentralizado de decisão sobre o confinamento não permite avaliar quanto tempo dura ainda", disse Guedes, durante a Cúpula Ministerial sobre Inclusão Social da OCDE para a América Latina e o Caribe.
Discursando para chefes de estado de vários países latino-americanos e para a OCDE, o ministro da Economia afirmou que algumas regiões brasileiras já contam com imunidade de rebanho contra o novo coronavírus, mas também admitiu que em outras regiões a doença ainda está crescendo. Por isso, disse ser impossível dar uma previsão para o fim da pandemia de covid-19 no Brasil.
"Há estados em que o confinamento social foi limitado e a pandemia avançou rapidamente. Houve grande mortalidade e os sistemas de saúde foram pressionados, às vezes faltava atendimento. E agora são os estados onde a doença está caindo mais rapidamente. E nas cidades que foram mais cuidadosas, mantendo o confinamento social, a doença não avançou tão rapidamente, mas está demorando mais a se estabilizar. Está chegando no platô agora e vai ficar um bom tempo", afirmou.
Guedes garantiu, por sua vez, que o governo brasileiro está trabalhando para oferecer as condições de uma volta segura ao trabalho assim que o confinamento for sendo reduzido nos estados e nos municípios. Para isso, o ministro disse que o governo está trabalhando em programas de crédito, que vão oferecer o capital de giro necessário à retomada das atividades empresariais; e também em programas de assistência social e incentivo ao emprego.
Na OCDE, o ministro da Economia voltou a dizer que a ideia do governo de Jair Bolsonaro é unificar as políticas sociais do governo em um único programa. Batizado de Renda Brasil, o programa deve atender a população mais pobre com a renda básica e também os trabalhadores informais que hoje estão recebendo o auxílio emergencial de R$ 600.