Economia

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A redenção do varejo
Se havia dúvidas a respeito da retomada, elas começam a ser dissipadas pelos resultados do varejo. Em junho, pela primeira vez no ano, o tíquete médio do consumidor alcançou a marca de R$ 100. É isso o que mostram dados da Rede, empresa de meios de pagamentos do Itaú Unibanco. Antes, o valor médio desembolsado estava em R$ 90. “O aumento no tíquete médio está concentrado na compra física, pelo fato de as pessoas saírem menos de casa e, quando saem, realizarem compras maiores”, diz Eduardo Amorin, diretor da Rede. Não foi o único sinal positivo. Em maio, segundo o IBGE, o comércio cresceu 13,9% na comparação com o abril — é a maior alta da série história da pesquisa iniciada em janeiro de 2000. Os destaques foram os setores “tecidos, vestuário e calçados” (avanço de 100,6%), “móveis e eletrodomésticos” (47,5%), “outros artigos de uso pessoal e doméstico” (45,2%) e “livros, jornais, revistas e papelaria” (18,5%). As vendas nos supermercados, que tinham recuado em abril, cresceram 7,1%.

Bancos 1: Dinheiro de clientes some de conta de fintechs

Os mais conservadores usam o argumento da falta de confiança para ignorar as fintechs e preferir os bancos tradicionais. Ontem, o Nubank deu razão para esta justificativa. Clientes relataram que o dinheiro sumiu de suas contas depois de um ajuste de programação. Não foi um caso único. Usuários do app de pagamentos PicPay informaram que houve retiradas indevidas de valores. As duas instituições disseram que apenas uma pequena parcela de clientes foi afetada e que os problemas foram resolvidos.  

Bancos 2: Falha da Caixa provoca confusão
A Caixa tem culpa nos problemas enfrentados por Nubank e PicPay. O banco público registrou falhas em seu sistema que fizeram com que clientes das fintechs recebessem mais de uma vez o depósito referente ao auxílio emergencial. Orientadas pelo Banco Central, as startups resolveram estornar parte do dinheiro — e foi aí que seus clientes invadiram as redes sociais para reclamar. A ironia é que um banco com 159 anos de vida prejudicou empresas com menos de uma década de existência.

Rapidinhas
» As vendas de veículos usados aceleraram 72% em junho na comparação com maio. O crescimento é resultado da reabertura de lojas, mas não foi suficiente para aliviar as perdas de 2020. No acumulado do ano, houve retração de 35% dos negócios. Mesmo assim, o setor continua otimista com o ritmo da recuperação.  


» A companhia aérea norte-americana United Airlines anunciou um plano de demissões que assustou o mercado. Segundo a empresa, 36 mil funcionários poderão ser desligados a partir de 1º de outubro se não houver um aumento expressivo da demanda, algo improvável dado o ritmo lento da retomada do setor. A United perde US$ 40 milhões por dia na crise do coronavírus.


» A energia solar entrou no radar dos brasileiros. De acordo com a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), os pequenas sistemas de geração instalados nos telhados de casas e empresas totalizaram 3GW de potência instalada, o triplo de um ano atrás. Em um ano, os brasileiros investiram R$ 15 bilhões em energia solar.


» A cultura da filantropia está enraizada nos Estados Unidos. Quarto homem mais rico do mundo, o megainvestidor Warren Buffet anunciou que irá doar US$ 2,9 bilhões para cinco instituições de caridade americanas. Desde 2006, Buffet já desembolsou US$ 37 bilhões para projetos filantrópicos.