Um total de 1,144 milhão de pessoas perderam emprego com carteira assinada no país neste ano, até maio. Esse é pior resultado desde o início da série histórica, em 2010. O desemprego, que tem como principal causa a pandemia da covid-19, foi puxado pelos setores de comércio, indústria e serviços. Apenas em maio, foram cortados 331.901 postos de trabalho, resultado de 703.921 admissões e de 1.035.822 desligamentos. Os dados são do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged), do Ministério da Economia.
Para o secretário Especial de Previdência e Trabalho, Bruno Bianco, mesmo com o número negativo, há um ponto positivo na estatística. “O número de admissões de maio foi superior ao de abril (618,7 mil). É consequência da política econômica bem conduzida pelo presidente Jair Bolsonaro e pelo ministro da Economia, Paulo Guedes”, avaliou Bianco. O secretário de Trabalho, Bruno Dalcolmo, afirmou que o aumento nas contratações significa que “os empresários estão mais confiantes na economia”.
O saldo negativo de maio foi influenciado, de acordo com a Secretaria Especial de Previdência e Trabalho, especialmente pela queda nas admissões (-48% em relação a maio de 2019). “No entanto, em relação a abril, verificou-se um aumento de 14% na quantidade de admissões”, ressaltou.
O novo Caged, informou o Ministério da Economia, inclui dados de outras fontes (Ipea, IBGE, FGV, Insper e PUC) para complementar informações de admissões e desligamentos.
As cinco regiões do país tiveram saldo negativo em maio. Proporcionalmente, o pior resultado foi registrado no Sul, com redução de 78.667 postos de trabalho. No Sudeste, o resultado apontou menos 180.466 vagas com carteira assinada. Na sequência, vêm Nordeste (-50.272 postos; Norte (-10.151) e Centro-Oeste (-12.580).
Das 27 unidades da Federação, apenas o Acre teve mais contratações do que demissões em maio. Foram 1.127 novas vagas com carteira assinada no mês. Entre os estados com piores resultados estão São Paulo (-103.985 postos); Rio de Janeiro (-35.959); Minas Gerais (-33.695); e Rio Grande do Sul (-32.106 postos). O Distrito Federal teve 11.709 admissões e 16.824 desligamento, com perda de 5.115 vagas formais em maio.
Setores
O grupamento de agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura apresentou resultado positivo no mês, com 15.993 novos postos de trabalho. No acumulado do ano, o setor chegou ao saldo positivo de 25.430 vagas de trabalho. As outras atividades econômicas tiveram despencaram: serviços (-143.479); indústria geral (-96.912 postos); comércio (-88.739 postos); e construção (-18.758 postos).
De acordo com o Caged, a quantidade total de vínculos com carteira assinada ativos ficou em 37.664.748, uma variação de -0.87% em relação ao estoque do mês anterior. Em maio de 2019, o número era de 38.761.491. O salário médio de admissão em maio foi de R$ 1.731,33. Comparado ao mês anterior, houve redução de R$ 78,75, uma variação real de -4,35%.