O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil já estava fraco antes mesmo da chegada do coronavírus ao Brasil e a chegada da pandemia da covid-19 ajudou o país entrar em recessão logo no primeiro trimestre. Essa é uma das constatações do estudo divulgado ontem pelo Comitê de Datação de Ciclos Econômicos (Codace), da Fundação Getulio Vargas (FGV).
De acordo com o Codace, o pico do último ciclo de crescimento da economia brasileira ocorreu no quarto trimestre de 2019, sinalizando que, “a partir de primeiro trimestre de 2020”, o país dava sinais de que entrava em nova recessão econômica antes mesmo de o novo coronavírus chegar ao país, que gerou impactos negativos na atividade a partir da segunda metade de março.
Conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o PIB brasileiro encolheu 1,5% no primeiro trimestre de 2020. Uma economia entra em recessão quando registra dois trimestres consecutivos de queda e as projeções do mercado para o segundo trimestre não são nada animadoras, apontando tombo de até 15%.
O Codace identificou a ocorrência de um pico no ciclo de negócios brasileiro no quarto trimestre de 2019, informou a nota do órgão. “O pico representa o fim de uma expansão econômica que durou 12 trimestres — entre o primeiro trimestre de 2017 e o quarto de 2019 — e sinaliza a entrada do país em uma recessão a partir do primeiro trimestre de 2020”, destacou o documento.
Um dos integrantes do Codace, o economista Marco Bonomo, professor do Insper, demonstrou preocupação com os dados. “Essa recessão é muito profunda. Tem potencial de ser a maior da história”, afirmou Bonomo. Segundo ele, a economia brasileira vinha crescendo muito pouco no primeiro trimestre. “O choque da pandemia em meados de março foi suficiente para a economia registrar recessão logo no primeiro trimestre”, comentou. (RH)