Segundo o Ministério da Defesa, o auxílio emergencial de R$ 600 foi pago indevidamente a 53.459 pessoas vinculadas à folha de pagamentos da pasta, entre militares, pensionistas e anistiados. Como antecipou o Correio, a irregularidade foi constatada no início de maio. Porém, até agora, menos da metade desse pessoal devolveu o dinheiro. Por isso, o governo decidiu descontar os R$ 600 do pagamento dos demais.
"Até 12 de junho, 25.299 pessoas já haviam restituído os valores recebidos. O processo de restituição continua em andamento. Os valores que eventualmente não forem restituídos no decorrer deste mês serão descontados mediante glosa, em folha de pagamento", informou o Ministério da Defesa, nesta sexta-feira.
A pasta garantiu que, antes dessa decisão, "inativos, pensionistas e anistiados foram informados da determinação legal de realizar restituição". E disse que está acompanhando o processo de restituição dos valores recebidos indevidamente pelos militares junto ao Ministério da Cidadania.
Fraudes
O governo já identificou fraudes no pagamento do auxílio emergencial envolvendo brasileiros de classe média, residentes no exterior, foragidos da justiça, doadores de campanha e empresários, além dos próprios militares. Por isso, lançou um site para que essas pessoas devolvam os R$ 600 recebidos de forma irregular há pouco mais de um mês. É o portal "devolucaoauxilioemergencial.cidadania.gov.br".
Segundo o Ministério da Cidadania, cerca de 39,5 mil brasileiros admitiram ter recebido os R$ 600 sem ter direito e geraram uma guia de pagamento no site para devolver o dinheiro. As devoluções já somam, portanto, R$ 29,65 milhões. E a maior parte disso partiu de militares: 23.643 militares devolveram R$ 15,2 milhões ao governo, de acordo com a Cidadania.